O humorista Paulo Silvino, que lutava contra um câncer, morreu aos 78 anos nesta quinta-feira (17). Carioca, filho de comediante, ele estreou na Globo em 1966 e se destacou em programas como “Balança Mas Não Cai”, “Planeta dos Homens dentre tantos outros programas.
Paulo Ricardo Campos Silvino
Filho de Silvino Netto e Naja Silvino, não tardou a despontar para a carreira artística. Com 20 anos, ao lado de nomes como Altamiro Carrilho, Durval Ferreira e Eumir Deodato, lançou o LP Nova Geração em Ritmo de Samba, compondo e interpretando com sua voz abaritonada a maioria das canções, ainda sob o nome de Silvino Júnior.
Durante as décadas de 1960 e 1970, ampliou sua produção musical e teatral, escrevendo e atuando em peças e filmes. Passa pelas extintas TV Tupi, TV Continental, TV Rio e TV Excelsior.
Estreou na TV Globo em 1967, em TV Ó – Canal Zero e ganha dois prêmios como o melhor comediante de televisão do ano. Desde então, apresentou e foi destaque em diversos programas de humor da TV Globo: Faça Humor, Não Faça Guerra, Satiricom, Planeta dos Homens, Balança Mas Não Cai, Viva o Gordo e Brasil Pandeiro. Em 1988, comandou inúmeras vezes o Cassino do Chacrinha, substituindo o Velho Guerreiro.
Esteve no SBT de 1989 a 1992, onde atuou em A Praça É Nossa e na Escolinha do Golias, com Ronald Golias. Participou da Escolinha do Professor Raymundo (1993 – 1995), na Globo, e da Escolinha do Barulho (1999), na TV Record.
De volta à Rede Globo, participa do programa Zorra Total, onde já fez muitos personagens mas agora interpreta o mulherengo Alceu.
Seu humor é fortemente baseado em bordões e piadas de duplo sentido. É, portanto, típico daquele que fez escola nos programas no qual atuou nos anos 60 e 70. São memoráveis o bordão do policial Fonseca, em quadro no qual contracenava com Jô Soares (“Guenta, doutor, ele gueeeeenta!!”), e, do porteiro Severino (“isso é uma tremenda bichona, seu diretor” e “Cara, crachá! Cara, crachá!”). O ator busca a piada simples, mas de gosto popular, ao criar seus tipos, popularizando assim os bordões de seus personagens.
No cinema, participou de Um Edifício Chamado 200 (1973), Com a Cama na Cabeça (1973, autor do argumento), O Rei da Pilantragem (1968), Minha Sogra É da Policia (1958) e Sherlock de Araque (1957)
Paulo Silvino tem três filhos: Flávio Silvino, João Paulo Silvino e Isabela Silvino. Após gravar seu primeiro LP e atuar em algumas novelas da TV Globo, Flávio Silvino teve sua carreira parcialmente interrompida em 2 de novembro de 1993 ao sofrer um grave acidente de carro que lhe causou danos cerebrais ao deixá-lo em coma durante 3 meses e meio.
Paulo Silvino fazia parte do elenco de Zorra Total com seu personagem Severino, que participava do Strip Trem Quiz, e o Senador (Eu quero é mamar!!!). Com a mudança no Zorra Total, Silvino integra o novo elenco do programa que tem pelo nome de Zorra apenas. Em 2017, deixa o programa.
O ator descobriu em julho de 2016 que tinha um endocarcinoma (câncer de estomago). Foi operado com sucesso total pelo cirurgião oncologista Dr. Leonaldson Castro e, desde o início de setembro de 2016, o humorista fazia sessões de quimioterapia para a remissão da enfermidade. “Só faltam quatro sessões e Paulo Silvino está ótimo! A intenção é voltar logo para a telinha mas antes disso estaria lançando, em março de 2017, seu livro-vídeo “AS AVENTURAS DO PAPACETA”. “Quero morrer na ativa, trabalhando na minha querida TV Globo”, contou à revista. Paulo Silvino esteve na emissora desde 1966. Nesses 50 anos de casa, participou de diversos humorísticos, como “Planeta dos Homens” e “Viva o Gordo”, apresentou o programa de auditório “Porque Hoje é Sábado”, foi redator do “Domingão do Faustão” e chegou a narrar uma novela, “O Pulo do Gato”.
Faleceu em 17 de agosto de 2017, no Rio de Janeiro, vítima das complicações do câncer.