A Cemig realiza, um novo mutirão de inspeções e cortes em Uberlândia com o objetivo de identificar e corrigir ligações de energia com possíveis irregularidades, os populares “gatos”, e executar cortes no fornecimento de energia em função de inadimplência. Desta vez, os alvos são postos de combustíveis da cidade. A ação tem continuidade nos próximos dias e deve alcançar 60 estabelecimentos.
Durante as inspeções, os equipamentos suspeitos de irregularidades são retirados e levados para perícia técnica no laboratório da Empresa. Também são realizados cortes de energia devido ao atraso no pagamento das faturas.
Segundo o gerente de Gestão e Controle da Medição, das Perdas Comerciais e da Adimplência da Distribuição da Cemig, Marco Antônio de Almeida, a concessionária tem um prejuízo anual de R$ 300 milhões com ligações irregulares e clandestinas. “Além de preservar a segurança da população e coibir esse tipo de crime, a diminuição das perdas decorrentes das ligações irregulares reflete diretamente na tarifa de energia, pois a energia furtada é considerada na composição da tarifa”, afirma.
Ainda de acordo com o gerente da Cemig, a tarifa dos consumidores mineiros poderia ser até 5% menor se não houvesse ligações irregulares e clandestinas. “O prejuízo é rateado entre a Cemig e os consumidores adimplentes, encarecendo a tarifa para aqueles que usam a energia de maneira honesta”, esclarece.
Conforme Marco Antônio de Almeida, se forem confirmadas as irregularidades, os infratores podem responder criminalmente, já que a intervenção é crime previsto no artigo 155 do Código Penal e prevê multas e pena de um a oito anos de reclusão, além da obrigação de ressarcimento de toda a energia furtada e não faturada em até 36 meses, de forma retroativa. A prática também pode ocasionar acidentes fatais, além de incêndios e danos à rede elétrica.
“Além da sobrecarga na rede elétrica, as ligações irregulares podem causar graves acidentes e danos aos equipamentos elétricos e queda na qualidade da energia, devido às constantes interrupções no sistema elétrico provocadas pela sobrecarga gerada pelo consumo irregular. Vale lembrar, ainda, que várias ocorrências de rompimento de fios e queima de transformadores são registradas devido a essa prática criminosa”, afirmou Marco Antônio.
Centro Integrado de Medição
Outra ação adotada pela Companhia diz respeito à utilização de softwares de inteligência para seleção de alvos e o monitoramento à distância do consumo de grandes clientes. Por meio do Centro Integrado de Medição (CIM), é possível identificar instantaneamente qualquer anomalia no padrão de consumo de energia desses grandes clientes – aproximadamente 13 mil, que representam cerca de 45% do faturamento da Cemig – e enviar equipes de campo para regularização das fraudes.
Com investimentos de cerca de R$ 12 milhões, o CIM conta com uma sala de operação projetada para funcionar com 26 postos de trabalho, sendo 12 destinados às atividades de monitoramento dos sistemas de medição e nove para seleção de alvos de inspeção.