Ambientado nas ruas de BH, o longa “Baixo Centro”, de Ewerton Belico e Samuel Marotta, recebeu o prêmio de melhor filme pelo Júri da Crítica, dedicada a diretores estreantes.
A 21ª Mostra de Cinema de Tiradentes, encerrada nesse sábado (27), colocou ainda mais em evidência o cinema de Minas Gerais. Das sete categorias da premiação do evento, que contou com recursos da Lei Estadual de Incentivo à cultura, as duas principais saíram para trabalhos produzidos por mineiros. O longa “Baixo Centro”, de Ewerton Belico e Samuel Marotta, recebeu o prêmio de melhor filme na Mostra Aurora, dedicada a diretores estreantes, pelo Júri da Crítica. Ambientado nas ruas de Belo Horizonte, o trabalho dos mineiros busca evidenciar as formas de interações dos indivíduos com o espaço urbano. A obra levou para casa o troféu Barroco, vencido em 2017 pela “Baronesa”, longa da mineira Juliana Antunes. Na categoria curta-metragem Júri Popular, o vencedor foi “A Retirada para um Coração Bruto” (MG), de Marco Antônio Pereira. O filme, produzido e filmado em Codisburgo, terra do escritor Guimarães Rosa, tem como ator protagonista o poeta Manuel do Norte. Pereira ainda tem outros motivos para comemorar, em fevereiro seu curta “Alma bandida” será exibido na programação do Festival Internacional de Cinema de Berlim e pode concorrer ao Urso de Ouro na mostra Berlinale Shorts.
O Júri Popular entregou o troféu de melhor longa-metragem para “Escolas em Luta” (SP), de Eduardo Consonni, Rodrigo T. Marques e Tiago Tambelli. A obra retrata as ocupações das escolas paulistas por movimentos estudantis em 2015, logo após o governador de São Paulo, Geraldo Alckmim, autorizar, por meio de um decreto, o fechamento de aproximadamente 90 escolas no estado. O Prêmio Helena Ignez 2018, para o destaque feminino, premiou a atriz trans Julia Katharine, roteirista e protagonista de “Lembro mais dos corvos”, de Gustavo Vinagre. Na Mostra Foco, o Júri da Crítica escolheu o curta-metragem “Calma” (RJ), dirigido por Rafael Simões. O Prêmio Aquisição Canal Brasil foi para “Estamos todos aqui” (SP), de Chico Santos e Rafael Mellim. Na Mostra Olhos Livres, o júri jovem escolheu o filme “Inaudito” (SP), de Gregorio Gananian.
Números da 21ª Mostra de Cinema de Tiradentes
O evento, que abriu o calendário audiovisual brasileiro no mesmo dia em que a cidade de Tiradentes comemorou seus 300 anos, prestou homenagens ao ator carioca Babu Santana e apresentou ao público 102 filmes brasileiros – 30 longas e 72 curtas – de 15 estados, exibidos em 51 sessões. Para a coordenadora da Mostra Tiradentes, Raquel Hallak, “a seleção se configurou como oportunidade única para se conhecer e difundir os caminhos originais e ousados da produção brasileira contemporânea sob as mais variadas vertentes. Um convite à inquietação que retrata a vida cotidiana.”
Trinta longas representaram a produção audiovisual brasileira contemporânea, divididos em seis seções temáticas: Aurora, Olhos Livres, Homenagem, Chamado Realista, Praça e Mostrinha. Com curadoria de Cleber Eduardo e Lila Foster, foram apresentadas produções de nove estados brasileiros: São Paulo (12), Rio de Janeiro (6), Minas Gerais (5), Paraíba (2), Goiás (1), Bahia (1), Pernambuco (1), Paraná (1) e Distrito Federal (1).
Já os 72 curtas, representaram a produção de 15 estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná,Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Os filmes foram distribuídos em nove mostras: Foco (cujos filmes concorrem ao prêmio do Júri da Crítica), Foco Minas (que destaca a produção mineira, estado que sedia o evento), Panorama, Chamado Realista, Praça, Regional, Formação, Jovem e Mostrinha.
SCMG