O mal estar causado principalmente pela ingestão de bebidas alcoólicas é conhecido popularmente por “ressaca”. Nesses dias de carnaval e calor quando a bebida é mais consumida vale a pena saber o que é realidade e o que é mito quando o assunto é ressaca.
Quem responde é o médico do Hospital Ibiapaba CEBAMS, o Dr. José Eugênio Dutra Câmara Filho, que é gastroenterologista. Segundo ele, o que causa a ressaca é uma substância chamada acetaldeído. Quem bebe em excesso, sobrecarrega o fígado, que não conseguirá metabolizar o álcool, dando os sintomas da ressaca. Por isso, a dica é moderação ao consumir álcool, para evitar a ressaca:
“Quando a pessoa ingere álcool, ele vai virar uma substância metabólica chamada acetaldeído, que através de enzimas vira ácido acético e o fígado metaboliza o álcool. Porém quem bebe um pouquinho não tem ressaca. Mas quando a pessoa ingere além do normal, esse acetaldeído muito tempo no corpo da pessoa não transforma em ácido acético, o que vai provocar os sintomas da ressaca. Ou seja, ele só aparece naquela pessoa que bebe muito.
Por que? O fígado consegue metabolizar aproximadamente 300 ml de cerveja por hora ou uma taça de vinho por hora. Só que ninguém bebe 300 ml de cerveja por hora. Bebe muito mais… Então há uma sobrecarga no fígado. Se a pessoa beber quatro taças de vinho, ela precisará de 4 horas para metabolizar isso. Então essa substância que chama acetaldeído (que vira ácido acétido) fica muito tempo no corpo, causando a ressaca. Essa substância é mais tóxica do que o próprio álcool. É isso que causa ressaca, dor de cabeça, mal estar, enjoo e fraqueza. Por isso, é importante beber com moderação”.
Alimentação: o que consumir e o que evitar?
Segundo o Dr. Dutra Câmara Filho, a alimentação ajuda a reduzir os efeitos da ressaca se ela for feita antes de beber. Uma dica de alimentação são frutas, que contém frutose e evita a hipoglicemia:
“A alimentação ajuda a diminuir os efeitos da ressaca se a pessoa comer antes de beber. Porque um dos motivos que provoca os sintomas da ressaca é a baixa de glicose, a hipoglicemia e a desidratação, além dos efeitos do acetaldeído. Se você se alimenta antes, o corpo fica com uma boa reserva de glicose e com bastante líquido, você fica bem hidratado. Dê preferência a água, líquidos e alimentos com muito açúcar, como as frutas, por exemplo, que são ricas em água e contam com muita frutose. As frutas são ideais para a ressaca, porque combatem a hipoglicemia. Os alimentos ideais têm bastante água e açúcar. Mas, durante a ingestão de bebidas, se você começa a comer muito, isso pode até piorar e desencadear vômito”, observou.
O Dr. José Eugênio também alerta sobre os cuidados com alimentos gordurosos, que devem ser evitados durante o consumo de álcool. Como o fígado está metabolizando o álcool, que foi consumido além de 300ml/hora por quem está de ressaca, ele fica sobrecarregado. O alimento gorduroso dificulta a metabolização, como observa o médico:
“Se você ingerir um alimento gorduroso, isso sobrecarregará ainda mais o fígado e ele gastará mais tempo com a comida, não conseguirá metabolizar o álcool e, por isso, a pessoa tem hipoglicemia. Qual é a função do fígado? Jogar glicose no sangue para que ela tenha boa presença de glicose no corpo. Se ele está envolvido com uma grande quantidade de álcool, ele não gera glicose para o sangue.
Ele está com outra preocupação naquele momento, que é metabolizar o álcool. Então você não deve consumir alimentos gordurosos, porque isso faz mal. Mas pode (e deve) ajudar o fígado bebendo bastante água. Esse é o fundamento durante o consumo de bebida alcoólica”.
Sobre o Hospital Ibiapaba CEBAMS:
O Hospital Ibiapaba é uma das unidades do Centro Barbacenense de Assistência Médica e Social (CEBAMS), entidade filantrópica sem fins lucrativos que presta serviços de saúde. Localizado em Barbacena (MG), o Hospital é referência nos serviços de alta complexidade em Cardiologia e Oncologia na Região Ampliada de Saúde Centro-Sul de Minas Gerais. A instituição possui a certificação ISO 9001:2015 e recebeu o reconhecimento do Prêmio Mineiro da Qualidade 2017.
Comunicação Hospital Ibiapaba CEBAMS