LINHA DE PIPA DEIXA AERONAVE DO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR INDISPONÍVEL.

Soltar pipas é uma brincadeira aparentemente inofensiva, mas compromete a segurança das aeronaves e os atendimentos de urgência e emergência realizados pelos helicópteros do Corpo de Bombeiros Militar.

No dia 15 de junho, ao aproximar-se para pouso no aeroporto da Pampulha, a aeronave Arcanjo 04 avistou uma pipa e, apesar da manobra do piloto, não conseguiu desviar da linha.

A aeronave passou por uma manutenção e vai realizar a troca de um equipamento que ficou comprometido após a colisão com a pipa. Além de deixar a aeronave indisponível para atender à população e o conserto irá custar cerca de 40 mil dólares.


A aeronave não poderá realizar os atendimentos à população e ainda não há previsão de retorno da manutenção. Nesse episódio, a linha danificou duas hastes de comando de passo, equipamento responsável pela inclinação das pás da aeronave e que permite que ela voe.

Esse equipamento possui uma proteção, mas por a linha serséina, ela passou entre a proteção e peça, causando um desgaste, que apesar de pequeno, comprometeu o componente e, consequentemente, os voos.

Cada peça custa cerca de 20 mil dólares e terão que ser trocadas. Não há previsão de retorno da aeronave, já que os serviços de reparo são realizados por empresas terceirizadas e não há peças disponíveis para pronta entrega.

Os exemplos são frequentes. Em julho de 2016, uma linha de pipa com cerol ficou presa a uma pá do helicóptero Arcanjo, da 2ª Companhia do Batalhão de Operações Aéreas, com sede em Varginha, no Sul de Minas.

Em janeiro de 2017, uma linha com cerol de enorme extensão caiu dentro do hangar dos bombeiros, na Pampulha, o que obrigou os militares de serviço a paralisarem as atividades por 20 minutos para a retirada do material da pista.

Esse tempo é precioso quando o assunto é salvar vidas. Esses incidentes, apesar de parecerem pequenos, podem deixar a aeronave indisponível para uso e gerar manutenções preventivas ou corretivas, que geram altos custos para o Estado.

A situação é preocupante, alerta o Capitão Penido, piloto do Corpo de Bombeiros Militar. “Uma linha de pipa, ao se enroscar no rotor do helicóptero, prejudica a segurança do voo, colocando a tripulação em risco.

Tripulação essa que realiza resgates e salvamentos diários em todo Estado, além do prejuízo nos atendimentos”, afirma. O capitão alerta: “O problema é sério e só a conscientização pode ajudar a diminuir esse risco. Se todos colaborarem, quem ganha é a própria população”, diz ó Capitão Penido.

Crime

O uso do cerol é considerado crime penal capitulado nos artigos 129, 132 e 278 do Código Penal Brasileiro, além do artigo 37 da Lei das Contravenções Penais.Em caso do uso do cerol por crianças ou adolescentes, estes podem ser apreendidos e encaminhados às autoridades competentes.

Já o adulto que fizer uso do cerol será conduzido, junto ao material, até a autoridade judiciária, podendo até mesmo ser preso. Em Minas Gerais, a Lei Estadual nº 14.349 de 2002 prevê multa para os infratores, ficando esses sujeitos também a sanções cíveis e penais.

Dicas dos Bombeiros
– Solte pipas em locais abertos, preferencialmente em parques
– Não use linha chilena ou cerol
– Não solte pipas perto de aeroportos
– Não solte pipas em dias nublados e de chuva
– Dê preferência a pipas sem rabiolas pois é esta a parte que mais se prende à aeronave

Bombeiro: O amigo certo nas horas incertas.

CBMMG.

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