Sem técnica, contudo, seria difícil vencer o Cruzeiro. O Corinthians não demorou a demonstrar as suas deficiências habituais nesta noite. Henrique, por exemplo, deu um passe nas costas do estreante Douglas e ofereceu a primeira chance de gol ao adversário.
Thiago Neves acionou Barcos do lado direito da área, e o centroavante argentino cortou Léo Santos antes de concluir cruzado. Cássio defendeu com as pontas dos dedos.
A falha de Henrique era um indício do que estava por vir. Nos primeiros 15 minutos de partida, o Corinthians apresentou extrema dificuldade para se desvencilhar da marcação adiantada do Cruzeiro e cruzar o meio-campo. Gabriel era bastante exigido naquele setor e evitava que Cássio tivesse ainda mais trabalho.
Quando o Cruzeiro cedeu um pouco, o Corinthians começou a se acertar. Jadson, o substituto de Rodriguinho na armação central, passou a tabelar com Romero do lado direito do ataque.
Foi dali que o paraguaio cruzou para criar uma primeira boa chance de gol corintiana, aos 23 minutos. Dentro da área, Manoel se antecipou à conclusão de Jonathas.
Osmar Loss, contudo, foi obrigado a mexer no seu ataque aos 30. Jonathas acusou uma lesão muscular na coxa direita e precisou deixar o gramado.
O escolhido para entrar foi Pedrinho, xodó da torcida, que se instalou na ponta direita e deslocou Romero para o meio. O Corinthians, então, deixava de ter um atacante de referência em campo.
Embora não fosse envolvente ofensivamente, o Corinthians causava mais apreensão em seus torcedores quando se defendia. Léo Santos, por exemplo, irritou Cássio com um recuo de bola mais forte.
E após os 40 minutos, o goleiro voltou a ver o Cruzeiro se tornar perigoso, em um chute de primeira de Lucas Romero e em uma cabeçada de Léo.
Mano Menezes queria mais em Itaquera. Por isso, o Cruzeiro retornou do vestiário com Robinho na vaga de Lucas Silva para disputar o segundo tempo. O Corinthians era o mesmo, porém parecia ter recebido de Osmar Loss a recomendação de avançar mais e rodar a bola no campo ofensivo.
Com as duas equipes interessadas em atacar, o jogo ficou movimentado. Pelo Corinthians, Pedrinho tentava justificar o clamor pela sua titularidade com uma e outra jogadas de efeito.
Pelo Cruzeiro, Robinho era um dos que pretendiam encurtar o caminho para o gol com finalizações de longa distância.
O Corinthians levou a melhor. Aos 16 minutos, Danilo Avelar recebeu boa bola de Ángel Romero e, com liberdade do lado esquerdo da área, limpou Lucas Romero e bateu colocado com o pé direito. Fábio fez a defesa, mas deu rebote. O atacante paraguaio, o artilheiro de Itaquera, apareceu para arrematar para a rede.
De imediato, Mano Menezes mandou o Cruzeiro ainda mais à frente, com a troca de Bruno Silva por Arrascaeta. Não muito tempo mais tarde, logo depois de Barcos desperdiçar grande oportunidade de empatar o confronto ao cabecear a bola por cima da meta, David substituiu Thiago Neves.
Loss respondeu com Mateus Vital no posto de Clayson. E comemorou outro gol quase em sequência. Aos 34 minutos, Jadson acertou o travessão em uma cobrança de falta. Romero demonstrou a sua vontade característica e correu atrás do rebote. Venceu a disputa pelo alto com Manoel e celebrou o seu 26º gol na Arena Corinthians.
A partir de então, o Corinthians se contentou em se defender. Nas arquibancadas, a torcida já festejava cada intervenção como novos gols. Danilo Avelar fez por merecer esse comportamento ao salvar uma conclusão de Barcos em cima da linha, coroando a sua boa atuação e a reação corintiana no Campeonato Brasileiro. Houve até gritos de “olé” nos minutos derradeiros.