Um estudo realizado por pesquisadores dos Estados Unidos, publicado na última terça-feira (21) pelo periódico Neurologia Lanceta, revelou um novo subtipo da esclerose múltipla, doença autoimune e sem cura. Os sintomas podem variar de leves a incapacitantes e podem causar uma ruptura importante entre o cérebro e o corpo.
A pesquisa examinou o tecido cerebral morto de 100 pessoas com esclerose múltipla. Depois da análise, os cientistas descobriram que 12 dos cérebros tinham células nervosas mortas, porém não havia sofrido qualquer dano na camada protetora dos neurônios, denominada de mielina, que é uma característica tradicional da doença.
A esclerose possui células imunes que destroem essa substância protetora gordurosa em um processo conhecido como desmielinização. Além disso, os cientistas assumiram que a desmielinização é o que leva à morte de neurônios nesta doença. A morte de neurônios é o responsável por causar a incapacidade irreversível em pessoas com a doença.
O novo subtipo da doença foi denominado de esclerose múltipla mielocortical. Os cérebros classificados com esse subtipo e aqueles que exibiram sinais de desmielinização apresentaram lesões consideradas típicas da esclerose na medula espinhal e no córtex cerebral. Ambos os grupos de cérebros tinham uma densidade menor de neurônios em comparação com os cérebros de pessoas saudáveis.
Vale ressaltar que apenas os cérebros considerados pelos pesquisadores como portadores da esclerose tradicional tinham lesões na mielina. Os pesquisadores também concluíram que a degeneração dos neurônios e desmielinização do cérebro são funções da esclerose múltipla que podem ocorrer separadamente. Mas, é preciso realizar novas técnicas de imagem, para diagnosticar com precisão esses subtipos distintos em pacientes vivos.
Um dos pesquisadores do estudo Daniel Ontaneda afirmou que os cientistas estão esperançosos de que essas descobertas possam levar a novas estratégias de tratamento sob medida para pacientes que vivem com diferentes formas da doença.
A/M