O Brasil vai bater recorde no número de transplantes de órgãos, tecidos e células realizados no país, por causa do aumento de doações de órgãos. Se os números se mantiverem como no primeiro semestre deste ano, a expectativa é alcançar, até o final de 2018, 2.200 transplantes de fígado, 130 de pulmão e 382 de coração.
Ainda segundo a projeção, os transplantes de medula óssea também vão alcançar seu maior número na série histórica, que é o de 2.684. Mas a história da doação de órgãos é, também, uma história de amor que envolve o doador, a família de quem doa e a pessoa que recebe.
Aos dez anos de idade a menina Ana Júlia Alves precisou de um transplante de coração e a espera não durou muito. Um ano depois do transplante, Júlia fala de como era a vida antes e depois da doação.
“Antes era, tipo, tudo ruim. Eu não conseguia nem pintar meus desenhos, não conseguia pentear o cabelo, beber água era muito ruim… Agora, hoje eu já posso fazer tudo isso, eu já posso brincar, posso correr, posso fazer tudo”.
Os dados foram apresentados nessa quinta-feira (27), quando também foi lançada a Campanha Nacional de Incentivo à Doação. Neste ano o slogan é “Espalhe amor. Doe Órgãos”. Por isso, o secretário executivo do Ministério da Saúde, Adeílson Cavalcante, fala da importância de conscientizar a população para avisar a família pelo desejo de ser um doador de órgãos.
“Nós temos que falar com as pessoas, temos que falar com o coração das pessoas. As pessoas têm que ver todos os dias exemplos positivos. E ver também as dificuldades, porque é um momento delicado por trás de um ato de solidariedade.
A política pública esbarra em determinado momento de eficiência, mas ela não pode tudo. E a população tem que ter a certeza de que vai encontrar condições adequadas”.
O balanço aponta crescimento de 7% no número de doadores efetivos de órgãos, passando de 1.653 para 1.765. Em números absolutos, o país conta com 3.530 doadores, em todo o ano de 2018. Esse número é 86% a mais que em 2010.
A/M