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Resistência: Atingidas por barragem participam de Encontro de Mulheres

Cerca de 300 mulheres atingidas de toda a Bacia do Rio Doce e litoral do Espírito Santo se reuniram no Centro de Convenções, em Mariana (MG), nos dias 4 e 5 de novembro, para participar do “Encontro de Mulheres e crianças Atingidas do Rio Doce”.  Organizado pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), a iniciativa teve como objetivo denunciar as violações de direitos durantes os três anos do rompimento da Barragem de Fundão.

Com presença de mais de 30 municípios mineiros e capixabas, as mulheres tiveram a palavra e puderam relatar a realidade que vivem em suas regiões. Em toda a Bacia, elas relatam que a preocupação e o cuidado com os impactos da lama de rejeitos, como o aumento de doenças, a falta de fonte de renda, a perda da vivência em comunidade e o abalos nas relações familiares são preocupações frequentes durante estes três anos.

“Temos tanto serviço nas nossas casas, a maioria dos trabalhos fica em cima das nossas mulheres e agora veio essa lama pra poder sobrecarregar mais ainda, é mais um peso nas nossas costas, nossas consciências”, desabafa Maria das Graças, de Barra Longa.

Apesar de serem elas as principais vítimas, por essa sobrecarga, são também as menos reconhecidas pela Fundação Renova. Relatos em toda a Bacia do Rio Doce apontam centenas de casos em que somente a perda de renda do homem da família teve algum tipo de compensação da Fundação Renova, desfalcando a renda completa da família e tirando a independência da mulher.

Fonte:A/M