Após exonerações, reformular grade da Rede Minas é tema que deverá entrar em pauta

Antes de tomar posse do cargo, o governador Romeu Zema (Novo) já havia informado sobre as exonerações de cargos comissionados. Porém, a decisão gerou controvérsias entre funcionários, que afirmaram que a emissora poderia parar de funcionar devido à redução de pessoal.

Uma grade com conteúdos completamente mineiros é o desejo da gestora de redes da Rede Minas, Romina Farcae, que trabalha na emissora há quase 15 anos. “Essa é a minha opinião. E essa minha posição é clara, pública e compartilhada”, afirma a gestora. Após o anúncio, na última quarta-feira (2), de que a TV poderia parar de funcionar devido à exoneração de quase 34% de seus servidores comissionados, pelo atual governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), a ideia de que é necessário reformular a grade da emissora veio à tona.

No início de dezembro de 2018, a diretoria da Associação Mineira de Rádio e Televisão (Amirt), junto com o presidente Mayrinck Pinto de Aguiar Júnior e o presidente eleito Luciano Pimenta, participaram de um almoço com o vice-governador e Secretário de Cultura, Paulo Brant, onde foram discutidos alguns temas, entre eles, a criação de uma rede de conteúdos totalmente mineira, tema amplamente solicitado em gestões anteriores. Além disso, a Amirt também indicou nomes que poderiam atender a esta demanda. Na ocasião, Brant disse que assim que o assunto entrasse em pauta, ele iria procurar a entidade.

“Acho que esse é o grande momento das emissoras do interior se unirem para formarmos uma rede”, ressaltou Farcae, responsável por fazer contato com as emissoras do interior para troca de conteúdo para os telejornais da Rede Minas. A gestora também acredita que, além de conteúdos jornalísticos, existem bons programas na rede. “Já falei isso em várias oportunidades com eles e acho que a Amirt é um excelente canal para que a gente possa fortalecer esta rede”, disse.

Exonerações eram esperadas

Ainda, segundo Farcae, as exonerações eram premeditadas. “Era algo esperado. O Zema está sendo coerente, é algo que ele disse que ia acontecer. Eu saí de férias, mas já fui reconvocada, na segunda-feira devo estar de volta”. A gestora ainda afirma que dialogou com o jornalismo antes de sair de férias. “Acho muito perigosa esta posição alarmista da gente falar que a Rede Minas corre o risco de não ir ao ar”, concluiu.

Nos períodos de paralisações, a Rede Minas funcionava apenas com 30% de seus funcionários, sendo apenas comissionados e estagiários.  “Lembrem-se disso, 30% mantém a TV funcionando. Acho que esse é o momento de reconfigurar esta televisão para este período circunstancial com uma visão de futuro,” ressalta.

Reunião

Nessa quinta-feira (03), 215 pessoas compareceram à sede do Sindicato de Jornalistas, em Belo Horizonte, para uma reunião. “Infelizmente a gente não tem só gestores e gente de escalão médio e alto que foram exoneradas, temos gente do chão de fábrica, da área técnica, que é imprescindível para o funcionamento da TV. Mas isso não foi de ontem. Ontem foi exposto um problema que existe há várias gestões na TV. São pessoas que não entraram por concurso público e continuaram atendendo a emissora, e são essas pessoas que fazem falta a TV hoje”.

Em nota, o Sindicato dos Jornalistas ressaltou que a programação tem sido praticamente reprisada desde a última quarta-feira (2), pois a maioria dos jornalistas da área de produção foi exonerada. “Os telejornais também estão comprometidos já que foram demitidos 11 cinegrafistas. A TV, de acordo com a legislação federal, é obrigada a manter um número mínimo de horas diárias de telejornal para não ter a concessão cassada. Os servidores não sabem até quando vão conseguir manter o noticiário no ar”.

O presidente da Rádio Inconfidência, Elias Santos, foi uma das pessoas exoneradas. “Isso tem que ser revisto e não deve ficar desse jeito. Se não fica muito difícil o dia a dia dos serviços prestados ao cidadão, aos ouvintes da rádio e os telespectadores da TV”, disse.

Além disso, o presidente exonerado afirmou que está à disposição para ajudar na transição ou recondução do cargo. “Tenho um respeito muito grande à rádio Inconfidência, a TV Minas, aos telespectadores e funcionários que estão lá”.

Referente à situação da Rede Minas, Elias acredita que é inviável, já que a emissora perdeu 1/3 dos trabalhadores. “Não dá é um pessoal da área técnica. No caso da rádio, ainda não chegou à gente, mas todos temem por isso também.”

A/M

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