Redução de 30% no orçamento das universidades federais preocupa reitores no interior de Minas

Universidades federais de Minas Gerais começam a se preocupar com a redução de 30% no orçamento anunciado pelo ministro Abraham Weintraub, na última terça-feira (30). A situação pode afetar os estudos em pelo menos quatro instituições federais do interior do estado, além da UFMG, em Belo Horizonte.

De acordo com o reitor da UFU, Universidade Federal de Uberlândia, Valder Stéffen Júnior, “caso confirmado, terá forte impacto sobre o andamento da universidade até o final de 2019. Isto porque, nos últimos anos, outras situações de limitação orçamentária foram incorporadas, tornando muito difícil acomodar qualquer nova redução”.

O reitor da instituição ainda lamenta que “a confirmação dos cortes traz consigo a incapacidade institucional de arcar com as despesas operacionais da UFU, sendo impossível fechar o ano acadêmico alcançando as metas”.

No caso da UFMG, a maior universidade do estado, a reitoria afirma que a redução do orçamento na instituição vai afetar os serviços básicos da unidade como manutenção e compra de suprimentos usados em sala de aula.

“Não há eficiência administrativa que supere um corte de tamanho monte, principalmente diante das sucessivas restrições orçamentárias dos últimos anos”, afirmam, no comunicado, a reitora Sandra Regina Goulart Almeida e o vice-reitor Alessandro Fernandes Moreira.

Em nota enviada à imprensa, a reitoria da UFMG ainda ressalta que “as atividades acadêmicas programadas serão mantidas, mas será necessário analisar profundamente o impacto desse bloqueio nas atividades futuras da UFMG”.

Inicialmente o ministro Abraham Weintraub havia anunciado corte de verbas para três universidades federais

No caso da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) a redução do governo significará num déficit de R$ 21 milhões no orçamento da instituição, comprometendo os serviços, como explica Eleonardo Lucas Pereira, pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento.

A instituição ainda comentou que “como o problema envolve todas as Universidades Federais de Ensino Superior, os possíveis encaminhamentos para se tentar reverter o quadro se dará em nível da Associação dos Reitores (Andifes), que se mobiliza para tal”, explica.

Em pronunciamento, após reunião com o Conselho Superior da Universidade Federal de Juiz de Fora, o reitor, Marcus David, afirmou que diferente do que o ministro argumentou, as universidades federais brasileiras não são caras.

“É cobrado muito das universidades brasileiras um empenho semelhante ao de grandes universidades do mundo, mas no Brasil o orçamento médio de uma instituição federal é de aproximadamente US$ 7 mil por aluno, as universidades que lideram os rankings mundiais têm um orçamento de US$ 80 mil por aluno.

Por isso, quando o governo argumentou que as universidades são caras, o parâmetro que eles olham não é de excelência. Porém, as universidades brasileiras estão fazendo um bom trabalho e com orçamento muito menor do que o das universidades mundiais”, explica.

A/M

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