Adélio Bispo de Oliveira ficou conhecido, nacionalmente, por ser o homem que esfaqueou o então candidato e hoje presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), em seis de setembro de 2018, durante ato de campanha de Bolsonaro em Juiz de Fora, a cerca de 80 km de Barbacena.
Passados mais de seis meses do atentado, Adélio Bispo foi reconhecido como portador de problemas mentais e, por isso, declarado inimputável em decisão do juiz Bruno Savino, da terceira Vara de Justiça Federal de Juiz de Fora, que se justificou no fato de Adélio sofrer de transtorno delirante persistente, certificado em pareceres médicos apresentados pela defesa e acusação.
“Por se tratar de réu inimputável, ao invés de uma sentença condenatória, o Código de Processo Penal impõe, nesta hipótese, a absolvição imprópria do réu e a imposição de medida de segurança e internação, a ser cumprida em manicômio judiciário ou outro estabelecimento adequado”, relatou o juiz Bruno Savino.
Segundo o advogado Zanone Manuel de Oliveira, ao determinar que Adélio continue na Penitenciária Federal de Segurança Máxima de Campo Grande (MS), local onde o agressor se encontra desde a sua prisão, recebendo tratamento psiquiátrico adequado, o juiz atendeu a um pedido da defesa.
Adélio já demonstrou vontade de ser transferido para Minas Gerais, mais precisamente para a região de Montes Claros, no Norte do estado, a fim de ficar mais próximo da família. Contudo, Zanone declarou que, caso Adélio Bispo venha para o sistema de custódia de Minas Gerais, o mais provável é que ele seja encaminhado para o Hospital Psiquiátrico Jorge Vaz, em Barbacena que, na prática, é o único manicômio judiciário de Minas Gerais.
O juiz Bruno Savino também determinou que a fiscalização prisional e a renovação sucessiva e de prazo indeterminado da permanência de Adélio na prisão, o tratamento inclui uma reavaliação psiquiátrica a cada três anos.
Após a decisão do magistrado Bruno Savino, o presidente Jair Bolsonaro anunciou que irá recorrer contra a decisão judicial, por considerar que foi vítima de uma tentativa de homicídio.
Hospital Psiquiátrico e Judiciário Jorge Vaz
O Hospital Psiquiátrico e Judiciário Jorge Vaz foi criado em 1929, sob o nome de Manicômio Judiciário de Barbacena, e está localizado à rua Dr. Pena, no bairro São Sebastião e atua prestando serviços a portadores de doenças mentais que cumprem medida de segurança.
O Manicômio Judiciário de Barbacena já recebeu condenados reconhecidos nacionalmente, como Orlando Sabino – “O Monstro do Triângulo” e João Acácio Pereira da Costa – “O Bandido da Luz Vermelha”.
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