Estimativa é que até cinco mil aparelhos desse tipo podem ser reparados e possam salvar 50 mil vidas no país; ação conta com apoio de 10 multinacionais.
Até a última terça-feira (7), o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) recebeu, por meio de uma rede voluntária formada pela instituição e empresas multinacionais, 599 respiradores hospitalares para serem consertados. Desse total, 37 já passaram por manutenção e outros 63 estão em fase de calibragem para serem encaminhados a unidades de saúde de 19 estados.
O diretor-geral do SENAI, Rafael Lucchesi, revela que os aparelhos hospitalares foram entregues nos 35 pontos da Iniciativa + Manutenção de Respiradores, que começou a operar há duas semanas. O trabalho é feito em parceria com oito montadoras e indústrias do aço e de mineração.
“O SENAI treinou e capacitou todas as empresas parceiras para fazer, no prazo mais breve possível, a manutenção desses aparelhos. Estimamos que o Brasil tem, hoje, pouco mais de 65 mil ventiladores. Desses, já identificamos 3,6 mil respiradores fora de operação por problemas de manutenção. Nós acreditamos que esse número possa chegar a cinco mil”, projeta Lucchesi.
Os pontos de manutenção gratuita estão espalhados por estados de todas as regiões do país, entre eles Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás e Maranhão. A iniciativa também tem apoio do Ministério da Saúde, do Ministério da Economia, da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e da Associação Brasileira de Engenharia Clínica (ABEClin).
Para Lucchesi, essa é uma forma do setor industrial contribuir para reduzir os impactos negativos na área da saúde, diante da pandemia de covid-19.
“Cada ventilador, pela estimativa de especialistas, vai ajudar a salvar 10 vidas. Estamos falando de 5.000 ventiladores que vão ajudar a rede hospitalar a salvar até 50.000 vidas”, reforça o diretor geral do SENAI.
Desde a chegada do novo coronavírus ao Brasil, hospitais e centros de saúde sofrem com a falta desses equipamentos que ajudam a amenizar os sintomas da doença em pacientes infectados.
“Em um nível de utilização intensa, esses respiradores podem apresentar mais defeitos que o usual. A doença exige muito dos respiradores”, explica o médico e presidente da Associação Catarinense de Medicina (ACM), Ademar José de Oliveira Paes Junior. “Sem os respiradores, o sistema vai entrar em colapso. A gente precisa aumentar a linha de produção nacionalmente”, alerta.
Investimento em inovação
Além de liderar a recuperação de respiradores fora de operação no país, o SENAI também lançou o edital de inovação para a indústria, que investirá em projetos destinados a prevenir, diagnosticar e tratar a covid-19 e que sejam de aplicação imediata. Isso inclui, por exemplo, a aquisição e a produção de materiais essenciais para o enfrentamento da crise, como álcool em gel e máscaras.
“A nossa atuação será no suprimento de problemas, como os testes rápidos para a detecção da doença. No isolamento, ter uma gama ampla desses testes vai ser de grande importância, bem como a fabricação de ventiladores (respiradores). Estamos focando em ações que vão ao encontro das necessidades da sociedade, do país e da indústria brasileira”, aponta Rafael Lucchesi, que reforça a importância de “salvar vidas”.
O investimento disponível para empresas e startups chega a R$ 30 milhões, se somadas as duas chamadas da licitação, e cada projeto poderá captar até R$ 2 milhões. Para participar do edital de inovação, as proposições podem ser realizadas por meio do WhatsApp, no número (61) 99628-7337 ou pelo e-mail combatecovid19@senaicni.com.br.
Essas e outras ações do SENAI fazem parte da campanha nacional “A indústria contra o coronavírus”, que também conta com a participação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Serviço Social da Indústria (SESI), o Instituto Euvaldo Lodi (IEL) e as Federações das Indústrias dos 26 estados e do DF. Mais informações podem ser acessadas nas redes sociais de cada entidade.
GIRO DE NOTÍCIAS / Agência do Rádio