Gripe não é uma “doencinha”, alerta epidemiologista da Fiocruz

O Ministério investiu mais de R$1 bilhão para adquirir 75 milhões de vacinas, que serão aplicadas ao longo de três fases.

O Ministério da Saúde, em articulação conjunta com Secretarias municipais e estaduais de Saúde, realiza, até o dia 22 de maio, a Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe. O Ministério investiu mais de R$1 bilhão para adquirir 75 milhões de vacinas, que serão aplicadas ao longo de três fases. Mas, se o Brasil tem mais de 200 milhões de habitantes, como definir quem vai receber a imunização?

As vacinas distribuídas imunizam contra três tipos de vírus causadores da gripe: o Influenza A H1N1, o Influenza A H3N2 e o Influenza B. As mais de 70 milhões de doses serão destinadas às populações que correm mais risco ao serem contaminadas e de sofrerem complicações causadas por esses vírus. São as pessoas mais propensas à contaminação e aquelas para quem a letalidade do vírus é maior.

O epidemiologista e pesquisador da Fiocruz, Cláudio Maierovitch, explica que, embora seja comum, a gripe não é uma doença inofensiva. Ele chama a atenção para o fato de que, para determinadas parcelas da população, a gripe causada pelo vírus Influenza pode ser fatal.

“Muita gente pensa que gripe é uma ‘doencinha’, que é uma coisa simples. No entanto, a gripe causada pelo vírus chamado Influenza é uma doença que, além de incomodar muito, pode ser grave. Todos os anos morre muita gente por Influenza no Brasil e no mundo inteiro. O seu risco é maior principalmente para as pessoas mais idosas e para aquelas que já tem algum tipo de doença crônica, como doenças respiratórias, doenças cardíacas, diabetes, as gestantes… Então, é muito importante que as pessoas adotem todas as medidas possíveis para se prevenir da Influenza.”

Por isso, o Ministério da Saúde direciona a Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe para a população mais suscetível a complicações decorrentes da gripe. A primeira etapa da campanha, que vai até o dia 15 de abril, por exemplo, é voltada para os dois grupos mais vulneráveis ao vírus Influenza: idosos com 60 anos ou mais e trabalhadores da saúde.

O presidente do Departamento Científico de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria, Renato Kfouri, ajuda a entender que a criação de grupos prioritários parte de uma questão matemática: a quantidade de doses disponíveis para imunização corresponde a um terço da população brasileira, aproximadamente. Ele explica o motivo da população entre 6 e 55 anos, que não apresenta problemas crônicos ou respiratórios, não ser contemplada pela Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe.

“São grupos que não costumam adoecer com a mesma gravidade de que gestantes, crianças, idosos ou portadores de doenças crônicas. Por isso, em um primeiro momento, não estão contemplados na Campanha do Ministério. Infelizmente, nós vivemos em um país de 200 milhões de habitantes e não há vacina disponível para todos. Neste ano de 2020, estamos vacinando um terço da população brasileira, mais de 70 milhões de doses, o que é uma boa parcela da população vacinada.”

A segunda etapa da Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe vai do dia 16 de abril até o dia 8 de maio. Neste período, serão vacinados membros das forças de segurança e salvamento, doentes crônicos, caminhoneiros, motoristas de transporte coletivo e portuários.

No dia 9 de maio começa a terceira etapa, em que serão imunizados: professores, crianças de 6 meses a menores de 6 anos, grávidas, mães no pós-parto, população indígena, pessoas com 55 anos ou mais e pessoas com deficiência. A campanha se encerra no dia 22 de maio.

Em caso de fila, as pessoas, principalmente os idosos, devem manter distância de pelo menos 2 metros de distância da outra pessoa.

Para mais informações sobre a Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe, acesse: saude.gov.br/vacinabrasil.

GIRO DE NOTÍCIAS / Agência do Rádio

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