Médico Infectologista do Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB) de Belém (PA), fala sobre o contágio da Covid-19

Segundo a Organização Mundial da Saúde, até o começo de abril a doença já havia infectado mais de 1,3 milhão de pessoas no 1.924 mortes.

O mundo segue tentando entender a pandemia da Covid-19. Segundo a Organização Mundial da Saúde, até o começo de abril a doença já havia infectado mais de 1,3 milhão de pessoas no 1.924 mortes. Para ajudar a tirar dúvidas sobre a doença causada pelo novo coronavírus, conversamos com o chefe do Setor de Vigilância em Saúde e Segurança do Paciente do Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB), de Belém (PA), Lourival Marsola. Olá, doutor. A esta altura, já sabemos que evitar o contato social é uma importante forma de frear a disseminação do vírus. Mas o contágio também pode acontecer sem interação entre duas pessoas?

“No caso específico do novo coronavírus, o meio-ambiente também é importante forma da contaminação de mãos e de fontes – como objetos de uso pessoal, roupas, talheres etc – que contêm secreções respiratórias – seja saliva, espirro ou tosse. Inadvertidamente, as pessoas tocam nos ambientes ao redor e levam a mão suja à boca, nariz e olhos.”

E quanto tempo dura o período de incubação do vírus no corpo? Quanto tempo depois do contato com alguém infectado aparecem sintomas?

“Nós consideramos, como período de incubação dessa doença, de zero a 14 dias após o contato de uma pessoa sã com uma pessoa doente.”

E o tempo de sobrevivência do vírus fora do corpo humano depende do material em que o vírus está depositado, doutor? Quanto tempo ele sobrevive no meio-ambiente?

“Em média, a gente estima que é de zero a nove dias. Já foi encontrado o vírus em ambiente até nove dias após ter sido eliminado do corpo. Em materiais como, por exemplo, o papel, você pode ter por quatro dias o vírus ainda viável de contaminar. Dependendo do material, a gente tem, de fato, de 24 horas a 9 dias de sobrevivência do vírus no ambiente”.

Além do distanciamento social, a higiene é parte fundamental para evitar a infecção, certo doutor?

“É importante que a gente tenha cuidados básicos como a higienização das mãos. Não precisa ser com álcool em gel, produto que tem tido uma procura muito grande. Na verdade, a gente está esquecendo que a lavagem das mãos com água e sabão é importante e eficaz para matar o coronavírus.

Muitas pessoas podem ser infectadas sem demonstrar sintomas. Mas, para muita gente, a Covid-19 pode ser fatal. Embora todo mundo corra risco, quem desperta mais atenção em relação a essa doença?

“As pessoas idosas acima de 60 anos e aquelas pessoas que já têm alguma doença: do coração, do pulmão, problemas renais crônicos, aqueles que fazem diálise, pessoas que fazem uso de medicação ou têm doenças que baixam a defesa, pessoas diabéticas – têm mais chance de evoluir para a forma grave ao adquirir a infecção. Lembrar para os ouvintes que todos nós somos “de risco”, porque não existe uma vacina. Então, todos nós podemos correr o risco de entrar em contato com o coronavírus e adquirir essa nova doença. Porém, esse grupo de pessoas citado corre mais risco de contrair a forma grave.”

Muito obrigado, doutor! Conversamos com Lourival Marsola, Infectologista e chefe do Setor de Vigilância em Saúde e Segurança do Paciente do Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB), em Belém (PA). Seguiremos na cobertura sobre a Covid-19.

Para mais informações acesse saude.gov.br/coronavirus.

GIRO DE NOTÍCIAS / Agência do Rádio

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