Documento avalia o perigo apresentado pela doença com base em dados como o número de casos e a ocupação dos leitos de UTI.
Para ajudar estados e municípios a avaliarem a situação atual de infectados e planejarem ações contra a propagação do novo coronavírus, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) lançou um guia. O Instrumento de Avaliação de Risco para a Covid-19 sugere medidas de quarentena e distanciamento social de acordo com os números de infectados. O documento também sugere formas de retomada gradual de atividades.
São cinco classificações de risco, identificadas em cores: verde, amarelo, laranja, vermelho e roxo. Para a construção das classificações, foram levadas em conta diversos fatores, como a taxa de ocupação de leitos de UTI e a variação do número de mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) nos últimos 14 dias, por exemplo. (Confira detalhes ao final da matéria)
A orientação é que os dados sejam coletados diariamente e a classificação atualizada. “Caso nesse monitoramento esse risco aumente, o instrumento aconselha a adoção de um distanciamento social mais rigoroso. O oposto também está previsto: com a redução de risco é possível adotar medidas mais amenas de distanciamento social”, explica Fernando Avendanho, assessor técnico do Conass.
Na classificação roxa, adotada quando há taxa de ocupação de mais de 85% dos leitos de UTI, é recomendado que o município siga todas as orientações da Portaria 356/20, que estabelece a quarentena, incluindo suspensão de atividades escolares, proibição de eventos e suspensão das atividades econômicas não essenciais. Já na classificação verde, a mais leve, basta isolar pessoas com suspeita da doença.
“O objetivo do Instrumento é oferecer aos gestores uma ferramenta para tomada de decisões. A adoção da ferramenta é adicional e não substitui eventuais iniciativas já adotadas nos territórios”, pontua Fernando.
O guia foi desenvolvido com a participação Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) e está disponível para todos os gestores e também para a população.
A chefe de Saúde do UNICEF no Brasil, Cristina Albuquerque, lembra que o isolamento social é muito importante para evitar novos casos e também novas mortes. “O isolamento social é extremamente importante nesse momento em que ainda não atingimos o pico da pandemia. Tanto no Brasil quanto no mundo, essa é uma das principais medidas para que muitas pessoas não sejam contaminadas e adoeçam ao mesmo tempo precisando buscar atenção médica hospitalar, deixando os hospitais lotados e sem condições de atender adequadamente àqueles casos mais graves que podem levar, inclusive, à morte. Portanto, por favor, se puder, fique em casa”, pontua.
GIRO DE NOTÍCIAS / Agência do Rádio