No Brasil, o cenário da doação de órgãos e tecidos está passando por uma crise devido a pandemia do novo coronavírus. O Ministério da Saúde apontou uma queda de 37% no número de transplantes entre janeiro e julho deste ano, em comparação com o mesmo período de 2019. Já em Minas Gerais, a redução chega a 34,1%.
O diretor do MG Transplantes, Omar Lopes Cançado, afirmou que durante a pandemia, todo doador contaminado ou que teve contato com alguém que contraiu o coronavirus teve que ser excluído. Além disso, o médico disse que durante a quarentena, o número de acidentes e traumas caiu cerca de 45%, o que também provocou a redução do número de doares.
Conforme os dados do início de setembro, Minas Gerais possui uma fila de pacientes à espera de órgãos que já chega a mais de 4.500 pessoas.
O diretor também informou que outro problema observado durante a pandemia foi o aumento do número de famílias que, após a morte de uma parente, se recusam a ceder os órgãos, visto que antes do isolamento social, cerca de 30% negavam autorização, agora, a taxa subiu para 40%.
Cançado explicou que em países como a Espanha o índice de recusa familiar não ultrapassa 15%. Por isso, o médico destaca que só vamos conseguir reverter totalmente esse quadro quando a pandemia acabar. Mas, o mais importante é que as pessoas conversem com seus familiares para reduzirmos a taxa de recusa.
Vale lembrar que a doação de órgãos só é permitida mediante autorização da família do doador. Até o dia 23 de outubro, o Ministério da Saúde vai promover a Campanha Nacional de Incentivo à Doação de Órgãos.
GIRO DE NOTÍCIAS / AM