O preço da carne comprada no atacado já caiu cerca de 3%. O motivo é a decisão da China de manter o embargo à carne brasileira. As vendas para o maior comprador da produção brasileira em todo o mundo foram suspensas há seis semanas, desde que foram identificados casos de animais contaminados com a doença da “vaca louca” no Brasil.
Mas, o preço menor ainda não chegou ao varejo. Consumidores com Lucia Facchini, dona de uma lanchonete em São Paulo e que vai todos os dias ao açougue sabe bem que o preço da carne segue muito alto. É que apesar das vendas estarem suspensas, os produtores tem guardado as carnes armazenadas em frigoríficos a espera de uma solução para o impasse. Ou seja, não aumentou a oferta do produto no mercado interno.
O pesquisador do CEPEA, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Escola Superior de Agricultura da USP, Thiago Bernardino de Carvalho, explica que além do armazenamento das carnes, o final do ano também pode dificultar a queda dos preços no varejo. Segundo ele, se a carne continuar estocada a margem de negociação vai continuar melhor para os frigoríficos.
Além dos frigoríficos, o Ministério da Agricultura também autorizou a estocagem da carne que seria destinada para a China em conteineres refrigerados pelo prazo de 60 dias. O pedido foi feito pelos produtores na esperança de voltarem a vender o produto a bons preços no mercado externo.
Nessa quinta-feira (22), técnicos do Ministério da Agricultura e da Administração Geral de Aduanas da China tiveram uma reunião virtual para tentar chegar a um acordo para a retomada as exportações de carne bovina.
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