A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) desencadeou, nesta quinta-feira (4/11), em Montes Claros, região Norte do estado, a operação Exame Legal, que teve como objetivo desarticular a ação de um grupo criminoso que se utilizava de má-fé para atrair candidatos com propostas inexistentes de facilitação na aquisição da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Na ação, três suspeitos foram detidos em virtude de mandado de prisão temporária pela prática do golpe conhecido por “se colar, colou”.
A investigação, que durou seis meses, iniciou após denúncias anônimas que aportaram na Secretaria da Banca Examinadora em Montes Claros. De acordo com as informações, os suspeitos ofereciam facilitação no processo de habilitação, na fase de direção, ou seja, durante os “exames de rua”. Eles exigiam quantias que variavam entre R$ 1,5 mil e R$ 2,5 mil, e o candidato realizava o pagamento se o resultado fosse positivo.
Com as informações, os investigadores/examinadores passaram a monitorar a ação dos suspeitos e, durante a fase de colheita de provas, apuraram que os envolvidos ofereciam os serviços para candidatos com condições reais de serem aprovados nos exames.
O esquema
De acordo o delegado-geral Jurandir Rodrigues, presidente da Banca Examinadora, os envolvidos obtinham a informação sobre os candidatos antes de oferecerem seus serviços, uma vez que alguns dos alvos eram treinados pelos próprios suspeitos ou por outros instrutores que forneciam as informações para eles. “Com as referências dos candidatos na obtenção da Carteira de Habilitação, os investigados se aproximavam e ofereciam a facilidade. Eles alegavam aos alunos que havia participação dos examinadores no esquema fraudulento e garantiam que não havia risco, pois só receberiam se houvesse a aprovação”, explica.
Os suspeitos argumentavam que o valor cobrado seria repassado aos examinadores para dar segurança e convencer os candidatos a pagarem, enganando os alunos. A investigação realizada descartou a participação dos policiais/examinadores na fraude, bem como das autoescolas em que os investigados trabalham.
Prisões
Foram presos três homens, de 29, 44 e 49 anos, sendo dois instrutores de trânsito e outro que agenciava os candidatos. A prisão deles aconteceu em locais distintos: na área de exames da Banca Examinadora, na autoescola e o terceiro na própria residência. Os suspeitos vão responder pelos crimes de associação criminosa e estelionato. Os três investigados encontram-se no sistema prisional à disposição da Justiça.
As investigações continuam no sentido de identificar outros envolvidos que porventura tenham se aliado ao grupo para aferir vantagem econômica por meio da prática de golpe.