Amazônia Legal: prêmios reconhecem empreendedorismo consciente na região; inscrições até 31 de agosto

As inscrições para as edições 2025 do Prêmio Professor Samuel Benchimol e do Prêmio Banco da Amazônia de Empreendedorismo Consciente estão abertas e seguem até o dia 31 de agosto. A premiação é destinada a empreendedores, pesquisadores e personalidades dedicadas ao desenvolvimento sustentável da Amazônia.

A iniciativa é apoiada pelo pelo Banco da Amazônia, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), pelas Federações das Indústrias da Amazônia Legal, pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), por meio do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict).

Os prêmios são concedidos anualmente e de forma itinerante nos estados da Amazônia Legal, sendo: Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.

As premiações incentivam o desenvolvimento sustentável na Amazônia e reconhecem projetos e iniciativas que unem inovação, responsabilidade social e visão de futuro. Os ganhadores recebem entre R$ 10 mil e R$ 45 mil para investir nos projetos, a depender da categoria inscrita, e os recursos recebidos devem ser integralmente aplicados na proposta contemplada.

Os interessados podem acessar o edital completo e realizar a inscrição por meio do site do Ibict em: www.amazonia.ibict.br.

Prêmio Banco da Amazônia de Empreendedorismo Consciente

O Prêmio Banco da Amazônia de Empreendedorismo Consciente valoriza tanto empresas quanto microempreendedores. A premiação busca identificar projetos com abordagem integrada e potencial de transformação da realidade socioeconômica da região. Além disso, contempla iniciativas voltadas ao desenvolvimento regional, com projetos inovadores na Amazônia Legal. Outro objetivo é o reconhecimento de empresas que contribuem para o desenvolvimento sustentável da região.

Confira as categorias:

  • Empresa na Amazônia e Microempreendimento na Amazônia (Prêmio Florescer), focada em negócios urbanos e rurais apoiados pelo Programa Amazônia Florescer;
  • Iniciativa de Desenvolvimento Local (IDL) oferece suporte financeiro a projetos que utilizem práticas de economia criativa, agroecologia, produção orgânica e economia verde para transformar a realidade local.
  • A categoria Microempreendimento na Amazônia premia dois microempreendedores que sejam clientes do Banco da Amazônia e beneficiários do Programa Amazônia Florescer (urbano ou rural). De acordo com o regulamento da premiação, cabe ao Banco da Amazônia indicar dez empreendedores participantes entre candidatos previamente selecionados por suas Unidades de Microfinanças do Programa Amazônia Florescer Urbano e Rural.

Prêmio Professor Samuel Benchimol

O Prêmio Professor Samuel Benchimol busca reconhecer iniciativas e trajetórias pioneiras à compreensão da Amazônia e é dividido em duas categorias:

  • Personalidades Dedicadas ao Desenvolvimento Sustentável da Região Amazônica: homenageia líderes do meio empresarial ou acadêmico, que se destacam em prol do desenvolvimento na região;
  • Projetos de Desenvolvimento Sustentável na Região Amazônica: destinada a apoiar projetos de empreendedores locais, entre pequenos e médios empresários, microempreendedores e startups com soluções aos principais desafios amazônicos.

Visibilidade e valorização de iniciativas

A edição 2024 recebeu 229 inscrições, sendo 97 propostas enviadas do Amazonas. Entre os ganhadores da categoria “Projetos de Desenvolvimento Sustentável na Região Amazônica” está o engenheiro florestal e pesquisador da Embrapa Floresta, Roberval Monteiro Bezerra de Lima.

O pesquisador é especialista em silvicultura tropical e ganhou o prêmio com o projeto “Produção de biomassa e carbono a partir de plantios florestais para restauração florestal e produção de energia”. Ou seja, o projeto é voltado ao reflorestamento da Região Amazônica e ao fomento à transição energética a partir da produção de biomassa.

Roberval afirma que o prêmio contribuiu para a visibilidade da iniciativa e também para a valorização do trabalho do pesquisador. 

“Essa premiação foi de fundamental importância, pois deu visibilidade para o projeto. Nós recebemos contato de diversas empresas e pessoas interessadas. E também, evidentemente, para um pesquisador, para nós que já trabalhamos há bastante tempo na Amazônia, é muito importante, pois valoriza o nosso trabalho. E principalmente essa questão de dar visibilidade ao reflorestamento, aos plantios florestais, da reincorporação desse passivo ambiental que muitas empresas e produtores têm, e que é possível então você restaurar essas áreas e dar um objetivo não só ambiental mas também um objetivo econômico a essa restauração”, expõe o pesquisador.

O texto da submissão do projeto aponta sua relevância para a Região Amazônica, destacando o objetivo da iniciativa para contribuir com a realização da transição da matriz energética de forma segura e “menos traumática para a qualidade de vida, com enfoque na produção de energia a partir dos maciços de florestas energéticas”.

O primeiro eixo do projeto é baseado na produção de sementes e mudas, já que, para a realização dos plantios, é necessário dispor de mudas de qualidade. Inclusive, entre os avanços do projeto após a premiação, Roberval compartilha que já foi realizado o primeiro Registro Nacional de Sementes e Mudas (Renasem) de uma área localizada no Sul do Amazonas, na comunidade da Reserva Florestal dos Apurinã.

O Renasem habilita indígenas da região, perante o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), como coletores de sementes na área. O pesquisador afirma que, assim, é possível treinar essa comunidade para a coleta de sementes e também estimular a geração de renda no local.

“Então, ao mesmo tempo que a gente tem sementes identificadas, nós temos também, vamos treinando também, os coletores, e nesse caso seriam ali os moradores, os indígenas dessa comunidade, para que eles coletem, para que eles tenham, então, essa renda. Então, esse é o primeiro passo”, diz Roberval.

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