Investimentos no SESI Lab retornam triplicados para a economia brasileira, aponta FGV

Investir em acesso à cultura é uma forma de fortalecer a economia brasileira. É o que aponta estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) sobre o SESI Lab, museu de arte, ciência e tecnologia localizado na área central de Brasília (DF). As atividades do museu movimentaram R$ 117,3 milhões no ano passado e geraram mais de 1,4 mil empregos diretos e indiretos. 

Do total, R$ 70,9 milhões representam impactos diretos – investimentos realizados pelo próprio museu – como gastos operacionais e gastos dos visitantes, como comércio local, restaurantes, transporte e hotéis. Os outros R$ 46,4 milhões referem-se a impactos indiretos, como a aquisição de bens e serviços por setores da cadeia produtiva para atender ao museu, como manutenção, energia, logística e segurança. 

O estudo de impacto econômico da FGV indica ainda que, para cada R$ 1 investido no museu, R$ 3,10 retornaram como movimentação econômica. Entre os fatores considerados estão os serviços contratados, gastos de visitantes, geração de renda para a população e recolhimento de tributos. 

Para a gerente de Desenvolvimento Institucional do SESI Lab, Cândida Oliveira, os dados mostram a importância de equipamentos desse porte para o fortalecimento da economia criativa. “Estudos como esse nos ajudam a tangibilizar, numa linguagem muito acessível aos players econômicos, os resultados do funcionamento de um equipamento desse porte e dessa natureza”, ressalta. 

A metodologia do estudo permitiu acompanhar o percurso do dinheiro ao longo da cadeia produtiva em 67 atividades econômicas e verificou que o impacto não se restringe ao Distrito Federal. A interação de diferentes atores da cadeia produtiva movimenta diversos setores, alcançando a economia de todo o país.

Meio milhão de visitantes

Inaugurado em novembro de 2022, o SESI Lab é um museu pioneiro no Brasil. Totalmente interativo, suas instalações e exposições têm como proposta a divulgação de conhecimentos científicos e tecnológicos por meio da experimentação. Instalado no antigo Touring Club – um prédio de 7,8 mil metros, desenhado por Oscar Niemeyer, que foi revitalizado para a instalação do museu. A área externa também conta com instalações que permitem entender, de forma empírica, um pouco do conhecimento das leis da física. 

O museu é aberto ao público em geral e recebe excursões de estudantes das redes pública e privada de todo o Distrito Federal. A estudante Iasmin Oliveira esteve pela primeira vez no SESI Lab em 2023, em uma visita organizada pelo Centro de Ensino Fundamental 03 do Gama, Região Administrativa a pouco mais de 30 quilômetros do centro da capital. 

“A minha experiência no SESI Lab foi bem interessante. Não passei muito tempo lá, mas o tempo que passei foi muito bom, porque realizamos atividades bem dinâmicas e muito legais. Conhecemos o espaço, que nunca tinha visitado e vi várias coisas diferentes. Achei bem legal também – o pessoal trata a gente muito bem”, relata.

Em quase três anos de funcionamento, o espaço já recebeu mais de meio milhão de visitantes. Desses, 122 mil eram estudantes, a maioria de escolas públicas. O museu promove uma série de oficinas, incluindo atividades voltadas para professores. Mais de dois mil profissionais da educação participaram das atividades formativas. Além disso, o SESI Lab realizou ações itinerantes em oito capitais, com público total de mais de 200 mil pessoas. 

O espaço também promove atividades culturais, como o Night Lab, voltado para o público adulto, com experiências sobre tecnologia e apresentações musicais de artistas como Arnaldo Antunes e Tom Zé.
 

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