CAMPANHA SETEMBRO VERDE INCENTIVA A DOAÇÃO DE ÓRGÃOS

Com o objetivo de conscientizar as pessoas sobre a importância da doação de órgãos e, ao mesmo tempo, incentivá-las a conversarem com seus familiares e amigos sobre o assunto, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) lança a campanha Setembro Verde.

A Fundação Hemominas reconhece a importância da causa e apoia a campanha, que tem o tema “Doe órgão, doe vida”, e conta com a parceria da AMPARUS (Associação dos Pacientes Receptores, Doadores e Transplantados de Órgãos e Tecidos).

Seja você também um doador de órgãos e multiplique essa campanha! Acesse http://www.saude.mg.gov.br/doeorgaos

Doação

a)  O que é Doação de Órgãos?

A doação de órgãos ou de tecidos é um ato pelo qual manifestamos a vontade de doar uma ou mais partes do nosso corpo para ajudar no tratamento de outras pessoas.

A doação pode ser de órgãos (rim, fígado, coração, pâncreas e pulmão) ou de tecidos (córnea, pele, ossos, válvulas cardíacas, cartilagem, medula óssea e sangue de cordão umbilical). A doação de órgãos como o rim, parte do fígado e da medula óssea pode ser feita em vida.

A doação de órgãos de pessoas falecidas somente acontecerá após a confirmação do diagnóstico de morte encefálica. Geralmente, são pessoas que sofreram um acidente que provocou traumatismo craniano (acidente com carro, moto, quedas etc.) ou sofreram acidente vascular cerebral (derrame) e evoluíram para morte encefálica.

b)      Por que doar?

Doar órgãos é um ato de amor e solidariedade. O transplante pode salvar vidas, no caso de órgãos vitais como o coração, ou devolver a qualidade de vida, quando o órgão transplantado não é vital, como os rins. Além disso, estrutura a saúde física e psicológica de toda a família envolvida com o paciente transplantado.

c)      O que é um Doador Vivo e o que ele pode doar?

Um doador vivo é qualquer pessoa juridicamente capaz, atendidos os preceitos legais quanto à doação intervivos, que tenha sido submetido à rigorosa investigação clínica, laboratorial e de imagem, e esteja em condições satisfatórias de saúde, possibilitando que a doação seja realizada dentro de um limite de risco aceitável.

Pela lei, parentes até o quarto grau e cônjuges podem ser doadores em vida. Não parentes, somente com autorização judicial.

O doador vivo pode doar um dos rins, parte do fígado, parte do pulmão ou parte da medula óssea.

d)      O que é um Doador Falecido e o que ele pode doar?

Existem dois tipos de doadores falecidos:

  • Doador Falecido após Morte Cerebral:

Paciente cuja morte cerebral foi constatada segundo critérios definidos pela legislação do país e que não tenha sofrido parada cardiorrespiratória.

O doador falecido nesta condição pode doar coração, pulmões, fígado, pâncreas, intestino, rins, córnea, vasos, pele, ossos e tendões. Portanto, um único doador pode salvar inúmeras vidas. A retirada dos órgãos é realizada em centro cirúrgico, como qualquer outra cirurgia.

  • Doador com Parada Cardiorrespiratória:

Doador cuja morte foi constatada por critérios cardiorrespiratórios (coração parado).

O doador nesta condição pode doar apenas tecidos para transplante (córnea, vasos, pele, ossos e tendões).

e)      Quem não pode ser um doador?

Não existe restrição absoluta à doação de órgãos, mas a doação pressupõe alguns critérios mínimos como causa da morte, doenças infecciosas ativas, dentre outros. Também não poderão ser doadoras as pessoas que não possuem documentação, ou menores de 21 anos sem a autorização dos responsáveis.

f)       Quero ser doador. A minha religião permite?

Todas as religiões deixam a critério dos seus seguidores a decisão de serem ou não doadores.

Têm em comum os princípios da solidariedade e do amor ao próximo que caracterizam o ato de doar. Elas deixam a critério dos seus seguidores a decisão de serem ou não doadores.

g)      E se a pessoa morrer em casa e a família desejar doar os órgãos/tecidos?

Neste caso, apenas as córneas poderão ser doadas. A retirada de outros tecidos, como pele e tecido ósseo, requer um ambiente apropriado, como um hospital. A doação só será possível se for realizada em até seis horas após a parada circulatória (parada cardiorrespiratória).

A declaração de óbito deve ser providenciada e imediatamente comunicada a intenção de doar à Central Estadual de Transplantes. A Central acionará um Banco de Tecidos Oculares, cujo profissional fará todos os procedimentos necessários à retirada da córnea, inclusive a reconstituição do corpo.

Caso a morte tenha decorrido de causa não natural, o corpo deverá ir para o IML para ser submetido à necropsia.

h)      Por que existem poucos doadores?

Um dos principais fatores que limita a doação de órgãos é a baixa taxa de autorização da família do doador. Atualmente, aproximadamente metade das famílias entrevistadas não concorda que sejam retirados os órgãos e tecidos do ente falecido para doação.

Em 2014 mais de 27 mil pacientes estavam em lista por um transplante de órgão e quase 11 mil aguardando por um transplante de córnea. No ano morreram, em hospitais do país, mais de 36 mil pessoas com traumatismo craniano ou AVC, sendo que em muitos desses casos a pessoa poderia ter sido um potencial doador.

i)        Existe limite de idade para ser doador?

O que determina se o órgão é viável para transplante é o estado de saúde do doador; no entanto, alguns profissionais podem restringir alguns limites de idade em situações especificas.

j)        Existe algum conflito de interesse entre os atos de salvar a vida de um paciente e o da retirada dos órgãos para transplante?

Absolutamente não. A retirada dos órgãos para transplante somente é considerada quando todos os esforços para salvar a vida de uma pessoa tenham sido realizados e, ainda assim, o paciente evoluiu para morte encefálica.

k)     Para quem vão os órgãos doados?

Os órgãos doados vãos para pacientes que necessitam de um transplante e já estão aguardando em uma lista de espera única. A compatibilidade entre doador e receptores é determinada por exames laboratoriais e a posição em lista é determinada com base em critérios como tempo de espera e urgência do procedimento.

l)        O que é o Sistema de Lista Única?

O Sistema de Lista Única é constituído pelo conjunto de potenciais receptores brasileiros, natos ou naturalizados, ou estrangeiros residentes no país inscritos para o recebimento de cada tipo de órgão, tecido, célula ou parte do corpo. É regulado por um conjunto de critérios específicos para a distribuição destas partes aos potenciais receptores, assim constituindo o Cadastro Técnico Único (CTU).

m)    Como se identifica um possível doador?

As Organizações de Procura de Órgãos (OPO) atuam em parceria com as Comissões Intra-hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT), junto aos hospitais com perfil de notificante de determinada região geográfica, identificando potenciais doadores e viabilizando o processo de doação. As OPO e CIHDOTT são vinculadas à Central Estadual de Transplante.

n)      O que acontece depois de autorizada a doação?

  • O hospital notifica a Central de Transplantes sobre um individuo em morte encefálica (potencial doador) ou com parada cardiorrespiratória.;
  • A Central de Transplantes pede confirmação do diagnóstico de morte encefálica e inicia os testes de compatibilidade entre o potencial doador e os potenciais receptores em lista de espera. Quando existe mais de um receptor compatível, a decisão de quem receberá o órgão passa por critérios tais como tempo de espera e urgência do procedimento;
  • A Central de Transplantes emite uma lista de potenciais receptores para cada órgão e comunica aos hospitais (equipes de transplantes) onde eles são atendidos;
  • As equipes de transplante, junto com a Central de Transplante, adotam as medidas necessárias para viabilizar a retirada dos órgãos (meio de transporte, cirurgiões, pessoal de apoio, etc.);
  • Os órgãos são retirados e o transplante é realizado.

No caso de morte por parada cardiorrespiratória, após avaliação do doador por critérios definidos, os tecidos são retirados e encaminhados para bancos de tecidos.

o)      Quem retira os órgãos de um doador?

Após a confirmação da morte encefálica, autorização da família e localização de um receptor compatível, a retirada dos órgãos para transplante é realizada em um centro cirúrgico, por uma equipe de cirurgiões autorizada pelo Ministério da Saúde e com treinamento específico para esse tipo de procedimento. Depois disso, o corpo é devidamente recomposto e liberado para os familiares.

p)      Quem retira os tecidos de um doador?

Após a avaliação do doador e autorização da família, a retirada de tecidos é realizada por uma equipe capacitada para tal de um banco de tecidos, ou vinculadas a este.

q)      Após a doação, o corpo do doador fica deformado?

Não. A retirada dos órgãos é uma cirurgia como qualquer outra e o doador poderá ser velado normalmente.

r)       Como é a recomposição do corpo do doador?

Para doação de tecidos oculares o profissional coloca uma prótese ou outro material como gaze no lugar do globo ocular, e para fechamento das pálpebras pode ser usada uma cola apropriada ou pontos internos (não parentes), de forma que o doador permaneça com o mesmo aspecto, não aparecendo qualquer deformidade;

Para doação de tecidos musculoesqueléticos retiram-se principalmente ossos do braço (úmero) e da coxa (fêmur), além de cartilagens e tendões. Em seguida, a equipe de retirada reconstitui o corpo do doador com próteses apropriadas, refazendo as juntas do joelho, quadril, ombro e cotovelo;

Para doação de pele é retirada somente uma fina porção da pele do dorso das costas e das coxas, sem alterações na aparência do doador falecido;

Após a retirada dos órgãos e tecidos, a equipe médica recompõe o corpo do doador, sendo visíveis apenas os pontos do local operado, não impedindo a realização do velório.

s)      Podemos escolher o receptor?

Na doação em vida, sim, desde que atendida à legislação vigente. Para a doação após a morte, nem o doador, nem a família podem escolher o receptor. Este será sempre o próximo da lista única de espera de cada órgão ou tecido, dentro da área de abrangência da Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos e Tecidos (CNCDO) do seu local.

t)       Como sei se um familiar ou amigo pode doar para mim?

Se você precisa de um rim, medula óssea, parte do fígado ou parte de um pulmão, um familiar de até quarto grau pode ser doador. Para qualquer outra pessoa é necessária autorização judicial. Antes da doação, no entanto, eles devem ser submetidos a uma bateria de exames de compatibilidade, sempre sob a orientação de médicos, para determinar esta possibilidade.

u)      Uma pessoa é doadora e vem a falecer. Se quando chegar ao hospital não encontram seus documentos, nem os seus familiares, seus órgãos podem ser retirados para transplantes?

Não. Pessoas sem identidade, indigentes e menores de 18 anos sem autorização dos responsáveis não podem ser doadoras.

v)      Quando uma pessoa entra em coma, torna-se um potencial doador?

Não. O coma é um processo reversível. Morte encefálica, como o próprio nome afirma, é irreversível. Uma pessoa somente torna-se potencial doador após o diagnóstico de morte encefálica e a autorização da doação dos órgãos pela família.

w)     Qual é o custo da doação para os familiares do doador?

Nenhum. A família do doador não paga nada e tampouco recebe qualquer pagamento pela doação.  A doação é um ato humanitário, que pode beneficiar qualquer pessoa, sem distinção de sexo, credo, raça, etc.

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