As principais causas do aumento da fome no mundo são os conflitos e os fenômenos climáticos em constante alteração, indica a organização.
A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e um grupo de agências da ONU revelaram nesta semana que a fome no Brasil não avançou.
Os pesquisadores estimam que em 2017 cerca de cinco milhões e 200 mil brasileiros passavam fome, o que corresponde a 2,5% da população. O relatório indica que as principais causas do aumento da fome no mundo são os conflitos e os fenômenos climáticos em constante alteração.
Em 2012, o número de brasileiros que se enquadrava nesse recorte era 5 milhões. O ponto mais baixo foi atingido em 2010, quando menos de 4,9 milhões de brasileiros eram considerados famintos.
De acordo com o professor e cientista social, Newton Gomes, a população está entregue à fome e a causa pode ser explicada por alguns fatores.
“Começa na destruição do meio ambiente, na transformação da comida em uma mercadoria comum, as guerras e as disputas movidas pelos interesses do capital e por fim o processo de crise que desemprega e ‘empobrece’ milhões e milhões de pessoas. A soma disso tudo não poderia produzir outra coisa senão a volta da fome.”
Por outro lado, o estudo revelou também que mais de 30 milhões de pessoas estão obesas. De acordo com Newton Gomes, isso é resultado da alimentação barata e sem acréscimo algum na nutrição.
“A relação entre o preço e a disponibilidade de renda é tão negativa para eles que são obrigados a recorrer a esses alimentos ultra processados e fortemente industrializados e com percentuais muito altos de superficialização.”
Os dados mundiais são de 821 milhões de pessoas em situação de fome, um aumento de seis milhões desde 2016. A América Latina e o Caribe acompanham o crescimento da subalimentação, chegando a 39,3 milhões de pessoas sem ter o que comer.
A/M