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Atingidos da barragem de Fundão apostam em agenda internacional para denúncia de crime

Atingidos da barragem de Fundão apostam em agenda internacional para denúncia de crime e violações de direitos.

Uma comitiva formada por atingidos de diferentes comunidades ao longo da Bacia do Rio Doce chega em Londres, nesta segunda-feira (5), para denunciar violações de direitos, atrasos, falta de participação nas decisões e investidas da Fundação Renova para que sejam feitos acordos desfavoráveis às vítimas.

Na agenda, que vai até o dia 10 de novembro, estão previstos encontros com acionistas da BHP Billiton, parlamentares britânicos, organizações não governamentais e veículos de imprensa. Serão entregues, para todos os interlocutores, uma carta de reivindicações e um documento com o histórico do desastre e denúncias de violações de direitos por parte das mineradoras (Samarco, Vale e BHP) e da Fundação Renova.

Será realizado hoje, dia em que se completam três anos do desastre, o ato “Mariana 3 anos depois”, no Rio Tâmisa, pela comitiva de atingidos com o apoio de ONGs da Inglaterra. O ato está previsto para as 11 horas da manhã (horário de Londres).

De acordo com os atingidos, a situação das vítimas segue dramática e pouco foi feito depois de três anos do desastre – já que as ações adotadas até agora são insuficientes e não passaram de medidas mitigatórias (ações emergenciais para garantir a sobrevivência das pessoas atingidas).

Participam da comitiva, Douglas Krenak, representante das comunidades tradicionais e povos indígenas da Bacia do Rio Doce; Joice Miranda, atingida de Barra do Riacho, Aracruz (ES); Mauro Marcos da Silva, atingido de Bento Rodrigues; Mônica Santos , atingida de Bento Rodrigues e Romeu Geraldo, atingido de Paracatu de Baixo. A ação tem o apoio do Centro de Informação sobre Empresas e Direitos Humanos, Cáritas Brasileira e Fundação Ford.

Para os atingidos, é necessário ainda que os poderes públicos garantam remediação efetiva dos danos, cobrando das empresas um processo de reparação que contemple todas os passos previstos pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pelo Sistema Interamericano de Direitos Humanos: mitigação, restituição, compensação, reabilitação, satisfação e não-repetição. Nada menos do que isso.

Visita da CIDH

Paralelamente à viagem a Londres, no dia 6 de novembro, atingidos de comunidades de Mariana se reunirão com a comissária presidente da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), a jamaicana Margarette May Macaulay.

Membros da Comissão estão em missão no Brasil e incluíram Mariana na agenda para ouvir o relato dos atingidos. Eles denunciam a violação cotidiana de direitos e afirmam que a situação dos atingidos não tem encontrado solução justa e eficaz no Brasil. Desta forma, pedirão à comissária da CIDH que o caso seja denunciado junto à Corte Interamericana de Direitos Humanos.

Fonte: A/M