A cidade de Mariana, na região Central de Minas, decretou nesta terça-feira (26) situação de calamidade financeira. O motivo é a queda de receita que ocorreu após o término dos trabalhos da Samarco no município e a falta de repasses do governo estadual. Desde o rompimento da barragem de Fundão, no distrito de Bento Rodrigues, a empresa não atua na cidade.
“A situação de calamidade financeira precisou ser colocada em prática visto que o município quando tinha a produção da Vale/Samarco recebia em torno de R$ 26 milhões por mês, com o encerramento da empresa Samarco a nossa receita voltou para R$ 20 milhões por mês, agora com a paralisação da empresa Vale a nossa receita vai voltar para R$ 12,8 milhões. Sendo que a nossa folha de pagamento é em torno de R$ 10,5 milhões”, explicou o prefeito da cidade, Duarte Júnior.
Com a falta de recursos financeiros, o prefeito afirmou que serviços básicos como saúde, merenda escolar, programa Seja Jovem Aprendiz, capina, repasses a hospital, entre outros, podem deixar de ser oferecidos a população.
“Nós estamos tentando durante essa semana uma agenda com a Vale. Se a gente não obter sucesso, nós estaremos entrando com uma ação judicial. A Vale tem por obrigação reconhecer que ela deu causa ao momento difícil que nós vivemos e aí nós vamos pedir indenização para que a gente possa manter os serviços essenciais,” disse Duarte Júnior.
Dados da Associação Mineira de Municípios mostram que o Estado deve a cidade de Mariana pelo menos R$ 33,9 milhões. Ainda, na última quarta-feira (20), os trabalhos da mina da Alegria, da Vale, que fica no complexo de Mariana, foram interrompidos devido a problemas estruturais, o que complica ainda mais a situação do município.
A/M