As pessoas que trabalham menos horas do que estariam disponíveis e aquelas que desistiram de procurar trabalho bateram recorde no país, no trimestre terminado em maio. O contingente é o maior desde 2012.
O número de ocupados também cresceu. No entanto, os dados mostram que o crescimento não se dá em postos de trabalho com carteira assinada. As informações são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Continua), divulgada nesta sexta-feira (28), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A população subutilizada, que reúne tanto os trabalhadores subocupados por insuficiência de horas quanto os desalentados e os desocupados, somou 28,5 milhões mil pessoas.
O número é 2,7% mais alto do que o registrado no trimestre anterior e cresceu também 3,9% na comparação com o mesmo trimestre de 2018. A taxa de subutilização registrou 25%. Os desalentados somaram 4,9 milhões pessoas.
Já a taxa de desocupação do país ficou em 12,3%, um pouco mais baixa do que a registrada no mesmo trimestre do ano passado. O índice ficou estável em relação ao último trimestre.
De março a maio de 2019, havia aproximadamente 13 milhões de pessoas desocupadas no Brasil.
A população ocupada apresentou crescimento de 1,2% frente ao trimestre anterior e 2,6%, em relação ao ano passado.
A analista da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy, destaca que o mercado ainda não é capaz de absorver a pressão dos trabalhadores por postos com mais horas e, consequentemente, mais rendimento.
Sonora: “A maior parte desse crescimento de ocupados são de subocupados por insuficiência de horas. Atividades que, tradicionalmente, estão mais ligadas a empregos com carteira de trabalho assinada não são aqueles que estão absorvendo esses trabalhadores. Ele acaba trabalhando, mas não com aquele arcabouço legal, que isso implica, que é questão da carteira de trabalho assinada.
Outro dado que corrobora para isso é que teve um crescimento importante da população ocupada agora no trimestre e, no entanto, diminuiu o número de contribuintes para a Previdência.”
Apesar do aumento da ocupação, o percentual de contribuintes para a Previdência caiu de 63,7% para 63,1%. O número de trabalhadores por conta própria também bateu recorde no país no trimestre terminado em maio e totalizou 24 milhões de pessoas.
O índice cresceu tanto em relação ao trimestre anterior quanto na comparação com o mesmo período do ano passado. Segundo o IBGE, o crescimento se deu mesmo em setores onde tradicionalmente há geração de empregos formais, como a indústria.
Também cresceram os empregados no setor privado sem carteira de trabalho assinada. O aumento foi de 2,8% em relação ao último trimestre. Frente ao mesmo período de 2018, a alta foi de 3,4%.
Já o crescimento do número de trabalhadores com carteira ficou estável na comparação com o último trimestre e cresceu 1,6% em relação ao ano passado.
Por: RAN /AM