Barbacena, no Campo das Vertentes, e Juiz de Fora, Ubá e Muriaé, na Zona da Mata, estão entre as 310 cidades brasileiras com mais de 100 mil habitantes analisadas pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em um relatório que analisa o registro de homicídios no país, considerando os dados relativos ao ano de 2017.
Considerando Minas Gerais, Barbacena é a 29ª cidade em um ranking com 32 municípios. O levantamento foi divulgado na última segunda-feira (06/08) no “Atlas da Violência – Retrato dos Municípios Brasileiros 2019”, elaborado em parceria Ipea com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Dos 310 municípios avaliados em todo o país, Barbacena ficou em 25º, no que se refere aos menores números de registros. Em Minas Gerais, Betim lidera o ranking de maior número de homicídios, seguida por Governador Valadares e Ribeirão das Neves. A capital Belo Horizonte é a 12ª, abaixo, inclusive, de Juiz de Fora, que ocupa a 9ª posição no ranking.
De acordo com o Ipea, o objetivo é “identificar a epidemiologia das mortes violentas intencionais, que constituem um problema de primeira grandeza para a segurança pública”. O conceito de homicídio adotado no Atlas da Violência 2019 corresponde a “óbitos causados por agressões mais as intervenções legais, segundo a décima Classificação Internacional de Doenças (CID) da Organização Mundial da Saúde (OMS)”.
No entanto, os organizadores destacaram que 9.798 mortes violentas no país não tiveram a causa-base esclarecida e foram classificadas como “mortes violentas com causa indeterminada (MVCIs)”. Esses óbitos, na verdade, seriam homicídios ou suicídios, ou mortes ocasionadas por acidentes, mas para os quais as autoridades e o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde (MS), falharam em estabelecer a causa correta.
Segundo os dados oficiais do SIM/MS, em 2017 houve 65.602 homicídios no Brasil, o que equivale a uma taxa de aproximadamente 31,6 mortes para cada cem mil habitantes. Em Minas Gerais, foram 4.299 homicídios registrados em 2017.
O estudo sugere como solução contra a violência ações pautadas em três pilares fundamentais: planejamento de ações intersetoriais, voltadas para a prevenção social e para o desenvolvimento infanto-juvenil, em famílias de situação de vulnerabilidade; qualificação do trabalho policial, com mais inteligência e investigação efetiva; e o reordenamento da política criminal e o saneamento do sistema de execução penal, de modo a garantir o controle dos cárceres pelo Estado.
O Ipea
Fundação pública vinculada ao Ministério da Economia, o Ipea fornece suporte técnico e institucional às ações governamentais – possibilitando a formulação de inúmeras políticas públicas e programas de desenvolvimento brasileiros – e disponibiliza, para a sociedade, pesquisas e estudos realizados por seus técnicos.
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