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Inquérito aponta que Vale e TÜV SÜD ocultavam situação da barragem de Brumadinho; 16 são indiciados

por Barbacena em Tempo
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Os 16 envolvidos vão responder 270 acusações, cada acusação corresponde a uma vítima.

O Ministério Público de Minas Gerais apresentou nesta terça-feira (21) uma denúncia que acusa 16 pessoas por homicídio doloso duplamente qualificado, quando não há intensão de matar, por conta do rompimento da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte. As 16 pessoas são funcionários da Vale e da empresa alemã, TÜV SÜD. Eles foram denunciados também pelos crimes relacionados ao meio ambiente e serão acusados pela responsabilidade por cada vítima da tragédia, o que corresponde a 270 acusações. As duas empresas também foram denunciadas.

As investigações estão sendo realizadas pelo MPMG e pela Polícia Civil. Segundo a investigação, durante um ano, os promotores de justiça e delgaçados da PC produziram documentos sobre o caso. Foram ouvidas 183 pessoas entre investigados, testemunhas e vítimas.

Os investigadores ainda realizaram 23 mandados de busca e apreensão, analisaram 94 dispositivos eletrônicos, que continham quase 6 milhões de arquivos digitais. A análise dos arquivos foi feita por 10 policiais do Grupo de Atuação Especial em Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

Com a conclusão do processo, segundo o MP e a PC, foi identificado que há promíscua relação entre as empresas denunciadas no sentido de esconder do poder público a situação de várias barragens da Vale. “Com o apoio da TÜV SÜD, a Vale operava uma caixa-preta com o objetivo de manter uma falsa imagem de segurança da empresa de mineração, que buscava, a qualquer custo, evitar impactos a sua reputação e, consequentemente, alcançar a liderança mundial em valor de mercado”.

Das 16 pessoas indiciadas, 11 são funcionários da Vale. O diretor-presidente, Fabio Schvartsman, o diretor do Corredor Sudeste, Silmar Magalhães, o diretor de Planejamento e Desenvolvimento de Ferrosos e Carvão, Lúcio Flavo Gallon Cavalli, o gerente-executivo de Planejamento, Programação e Gestão do Corredor Sudeste, Joaquim Pedro de Toledo, o gerente-executivo de Governança de Geotecnia e Fechamento da Mina, Alexandre de Paula Campanha, o gerente operacional da Geotecnia do Corredor Sudeste, Renzo Albieri Guimarães de Carvalho, a gerente de Gestão de Estruturas Geotécnicas, Marilene Christina Oliveira Lopes de Assis Araújo, o especialista técnico em Geotecnia do Corredor Sudeste, César Augusto Paulino Grandechamp, a engenheira sênior Cristina Heloíza da Silva Malheiro, o engenheiro especialista da Gerência Executiva de Governança em Geotecnia e Fechamento da Mina, Washington Pirete da Silva e o engenheiro civil Felipe Figueredo Rocha.

Os outros cinco indiciados da TÜV SÜD são, o gerente-geral Chris-Peter Meier, os consultores técnicos André Jum Yassuda e Arsênsio Negro Júnior, o coordenador Makoto Namba e o especialista técnico Marsílio Oliveira Cecílio Júnior.

Segundo as informações levantada pela apuração, a mineradora Vale tinha conhecimento amplo sobre a situação da segurança de suas barragens. Porém, optou por ocultar as informações da sociedade e do Poder Público.  “A Vale constituiu internamente verdadeira ‘caixa-preta’, consistente em estratégia corporativa de manter sigilosamente informações sobre riscos geotécnicos inaceitáveis de barragens de rejeito”.

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