Os preços da indústria subiram 0,65% em dezembro de 2019, em relação a novembro, e fecharam o ano com alta de 5,19%, bem abaixo do índice anual de 2018 (9,64%). Os dados são do Índice de Preços ao Produtor (IPP), divulgado hoje (31) pelo IBGE, e que mede a variação dos preços dos produtos na “porta das fábricas”, sem impostos e frete, de 24 atividades das indústrias extrativas e de transformação.
O preço das carnes e dos combustíveis exerceu grande impacto nos resultados. O setor de alimentos teve o maior valor para um fechamento de ano (10,12%) para a atividade desde dezembro de 2015, quando foi de 14,28%.
“As maiores variações estão concentradas em alimentos e derivados de petróleo, que tiveram peso de 0,94 ponto percentual (p.p.) no índice de dezembro. Quando se olha para as grandes categorias econômicas, percebe-se novamente a liderança dos bens de consumo não duráveis, que têm variação bem maior que as demais (0,55 p.p.), influenciados, principalmente, pelas carnes e combustíveis derivados de petróleo”, comenta o gerente da pesquisa Alexandre Brandão.
O setor das indústrias extrativas apresentou variação negativa (-2,52%) em dezembro em relação ao mês anterior, mas no acumulado de 12 meses somou alta de 13,59%. A atividade se destacou nos indicadores da indústria geral, com influência dos óleos brutos de petróleo e do minério de ferro.
Já o setor de produtos alimentícios variou 2,38% em dezembro, com altas de preços sucessivas desde agosto (1,01%). Os destaques são todos do grupo abate e fabricação de produtos de carne.
“Não se pode perder de vista que as exportações de carne têm sido estimuladas ao longo do ano, particularmente por conta dos problemas de abastecimento interno na China, mas também pela depreciação do Real, de 5,8% no acumulado no ano. No caso do câmbio, os efeitos também recaem sobre outros produtos da pauta de exportação, como resíduos da extração de soja”, comenta Alexandre Brandão.
A indústria de refino de petróleo e produtos do álcool também teve variação positiva nos preços de dezembro em relação ao mês anterior (3,82%), sendo a oitava alta em 2019, o qual o setor terminou com variação acumulada de 20,25% nos preços médios. O produto com maior influência para o resultado setorial, na comparação com novembro, foi o óleo diesel, seguido da gasolina, exceto para aviação. Álcool etílico (anidro ou hidratado) e óleos combustíveis, exceto diesel também apresentaram aumento de preços.
Nas grandes categorias econômicas, os bens de capital subiram 5,98% no ano, os bens intermediários, 2,89%, e os bens de consumo, 8,36%. Sendo que, neste último, o resultado foi influenciado em 0,30 p.p. pelos produtos de bens de consumo duráveis e 2,87 p.p., pelos bens de consumo semiduráveis e não duráveis.
GIRO DE NOTÍCIAS / IBGE-MG