Em meio à pandemia, os dados de violência contra crianças e adolescentes em Minas Gerais acendem um alerta na Polícia Civil. Desde meados de março, quando se iniciou o distanciamento social, os registros de ocorrências de violência contra crianças e adolescentes sofreram queda expressiva. Em Minas Gerais, nos primeiros vinte dias do mês de abril, a queda foi de mais de 56% e, em Belo Horizonte, a redução ultrapassa os 80%, se comparadas ao mesmo período de 2019.
Os dados são referentes aos crimes de lesão corporal, maus-tratos, estupro, estupro de vulnerável e os crimes relacionados com produção, divulgação, venda ou transmissão de cena de sexo explícito ou pornográfica, envolvendo crianças e adolescentes, entre 0 e 17 anos de idade.
Os registros de ocorrências em relação aos crimes praticados contra crianças e adolescentes em Minas Gerais estão em contínua redução. Em janeiro de 2019, foram 1044 casos, enquanto em janeiro de 2020, foram 835. Uma redução de 20,02%. Em fevereiro, a queda foi de 13,63% e, em março, de 35,85%, em relação aos dados de 2020.
Segundo a chefe da Divisão Especializada em Orientação e Proteção à Criança e ao Adolescente, delegada Elenice Cristine Ferreira Batista, os dados precisam ser analisados com cautela. “Não devemos comemorar a diminuição dos registros, pois, podemos estar vivendo uma fase de subnotificação dos casos. Nessa fase de pandemia, muitas vezes as crianças e adolescentes, o dia todo em casa, acabam ficando mais vulneráveis por estarem em contato com os próprios abusadores, sem acesso a órgãos de vigilância como a escola, por exemplo, e muitas vezes dependem de seus representantes legais para procurarem uma unidade policial. Por isto, a importância de se divulgar os canais para denúncias, assim qualquer pessoa que tenha conhecimento da prática desses crimes pode acionar os órgãos competentes”, explica.
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