O Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (Sinmed-MG) realizou uma estimativa que apontou que a cada dois dias um médico é agredido verbal ou fisicamente por um paciente. O medo de denunciar os casos reflete na consolidação de estatísticas sobre o tema. A grande maioria das ocorrências, acontece nos serviços de urgência e emergência, conforme o Conselho Regional de Medicina (CRM-MG).
Cibele Carvalho, presidente da entidade, afirma que as violências mais comuns são as ameaças e por mais que não sejam concretizadas, as intimidações deixam os trabalhadores temerosos em permanecer nas unidades de saúde. Na rede pública é comum os pedidos de exoneração por medo de retaliação.
“Temos essa violência verbal, a pessoa diz que se não for atendida vão voltar e matar todo mundo”, afirmou Cibele.
Além disso, o diretor de Mobilização do Sinmed, Cristiano Túlio Maciel Albuquerque, disse que as agressões são mais frequentes em períodos de picos das doenças, ou seja, quando a demanda por assistência aumenta. O profissional que já atuou no Hospital João Paulo II contou que na unidade de saúde eram registrados dois casos de hostilidade por semana de abril a junho.
“Para o CRM-MG, o grande desafio é fazer com que os médicos denunciem as agressões sofridas. Em abril, uma campanha para alertar sobre o problema foi realizada pela entidade representativa.”
O médico também destacou que a situação é realidade em qualquer unidade de saúde e está menos ligada ao relacionamento entre as partes, sendo uma questão do próprio tempo de espera por uma consulta.
Para Cibele, a segurança é fundamental para que os casos não terminem em violência física e até mesmo em uma tragédia, uma vez que, a recomendação é ter uma guarda civil em cada unidade de saúde durante o horário de expediente.
GIRO DE NOTÍCIAS / AM