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Doar sangue durante a pandemia é seguro, aponta coordenador do hemocentro da Unicamp

por Barbacena em Tempo
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Brasil registrou redução de 10% nas doações de sangue desde o início da Covid-19. Queda representa risco nacional para os estoques dos hemocentros. Ministério da Saúde convoca população para ajudar a salvar vidas.

O Brasil registrou redução de 10% nas doações de sangue desde o início da Covid-19. A queda representa risco nacional para os estoques dos hemocentros. Segundo o Ministério da Saúde, só em 2019, mais de 3 milhões de bolsas de sangue foram coletadas no país. Em 2020, as doações de sangue somaram um pouco mais de 2 milhões.

Para contornar a queda e captar mais doadores, o Ministério da Saúde convoca a população para aderir ao gesto de solidariedade. Doar sangue regularmente é a única forma de manter os estoques abastecidos. É o que aponta o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.

“Vamos aproveitar essa oportunidade para reafirmar não só as ações de enfrentamento à pandemia, mas também a necessidade contínua de cumprir o preceito constitucional da saúde como direito fundamental. O sangue, ao longo do tempo, simboliza a vida. E, nesse sentido, é importante a doação regular de sangue. Doe sangue regularmente. Com a nossa união, a vida se completa.”

Ainda de acordo com a pasta, doar sangue durante a pandemia é seguro. As hemorredes do país possuem condições para lavagem de mãos, uso de antissépticos e agendamentos para doação. Dessa forma, é possível eliminar as chances de contágio pela Covid-19 e minimizar a aglomeração. Segundo o coordenador do hemocentro da Unicamp, Bruno Benites, os hemocentros também têm intensificado os cuidados com o ciclo do sangue.

“Nós temos a responsabilidade com todas as questões relativas ao ciclo do sangue, que abrange desde a captação e cadastro de doadores, coleta, qualificação desse sangue, exames para doenças infecciosas, as tipagens sanguíneas e distribuição para os hospitais. Também trabalhamos com a retrovigilância do sangue, isto é, o cuidado e a atenção às possíveis reações adversas à transfusão para o receptor”, explicou Bruno.

O coordenador também ressaltou outra frente importante, como as medidas de contenção contra a Covid-19 que estão sendo adotadas nos hemocentros do país. A prioridade é a segurança para o doador e para o receptor do sangue.

“Os protocolos de segurança estão sendo realizados com a obrigatoriedade do uso de máscara, um reforço na higienização de todos os locais de doação e protocolos de triagem desse doador assim que ele chega no centro, já para identificar a possibilidade de algum sintoma. Além disso, nós trabalhamos principalmente com doações agendadas porque aí o doador permanece o menor tempo possível dentro do Hemocentro”, ressaltou.

Segundo o Ministério da Saúde, quem foi infectado pela Covid-19 também pode doar sangue, desde que espere 30 dias após a completa recuperação e desaparecimento total dos sintomas. Quem teve contato com pessoas infectadas também precisa esperar 14 dias para fazer a doação, apresentando RT-PCR negativo e ausência de sintomas.

Os vacinados devem esperar o tempo de imunização, que vai depender da marca do imunizante, conforme tabela abaixo:

Laboratório Inaptidão para doação de sangue
Coronavac 48 horas
Astrazeneca/Oxford/Fiocruz 7 dias
BioNTech/Fosun Pharma/Pfizer 7 dias
Janssen-Cilag 7 dias
Gamaleya National Center 7 dias

Fonte: Ministério da Saúde

Solidariedade durante a pandemia

A pandemia pode ter afastado muitos doadores, mas não conseguiu impedir Larissa Alves de doar sangue. A jovem gaúcha, de apenas 20 anos, doou sangue pela primeira vez durante a pandemia. A doação representa um grande sonho, já que a estudante sempre quis doar sangue mas não podia por conta da anemia. Agora, curada, Larissa Alves realiza o sonho de salvar vidas com a doação de sangue.

“Eu sempre tive vontade, só não pude nos anos passados porque tinha anemia. Eu também fiquei um tempo sem fazer tatuagem pra poder doar. Acho muito importante a doação de sangue porque ajuda a salvar outras pessoas, você estará fazendo um gesto muito simples que vai ajudar alguma pessoa que está necessitando bastante de uma bolsa de sangue”, afirmou.

Por conta da Covid-19, Suelen Santos, de 31 anos, tinha medo de doar sangue. Mas ao conversar com os profissionais do hemocentro, todas as dúvidas foram tiradas e ela conseguiu realizar a sua doação. A profissional de educação física mora em Santa Catarina e passou a doar sangue de forma regular. Um grande incentivo para aqueles que têm medo de ir ao hemocentro durante a pandemia.

“Eu já tive medo de doar sangue, medo de uma infecção ou uma coisa do tipo. Mas lá é como se fosse a minha casa e a minha família. Eu sou superbem recebida, todas as vezes que eu vou lá me orientam, me acalmam e o fato de ter todo esse profissionalismo nos deixa confiante, eles cuidam da gente. Você responde um questionário, os enfermeiros conversam com você, você sente como se fosse da família após a doação. É muito gratificante o sentimento de conseguir ajudar alguém”, explicou.

Como doar sangue

De acordo com a Coordenação-Geral de Sangue e Derivados do Ministério da Saúde, o procedimento para doação de sangue é simples. Primeiro se faz o cadastro, aferição de sinais vitais, teste de anemia, triagem clínica, coleta de sangue e depois o lanche. Isso tudo leva em média 40 minutos.

O doador precisa estar alimentado, evitando alimentos com alta taxa de gordura; aguardar duas horas antes caso já tenha almoçado e ter dormido seis horas nas últimas 24h.

Outro requisito é ter entre 16 e 69 anos de idade e pesar no mínimo 50 quilos. Pessoas entre 60 e 69 anos só podem doar se já tiverem realizado uma doação de sangue antes dos 60 anos. Menores de 18 anos devem ter autorização formal dos responsáveis.

Mulheres podem doar até três vezes ao ano com intervalo de três meses entre as doações. Já os homens podem doar até quatro, com intervalo de dois meses  A doação é voluntária e uma bolsa de apenas 450mL de sangue pode ajudar até quatro pessoas.

Onde doar sangue

Atualmente, o país conta com 32 hemocentros públicos. Cada estado conta com pelo menos um, bem como outras instituições que recebem doadores de sangue e ajudam a manter os serviços de saúde abastecidos. Com a pandemia, todos os protocolos de contenção contra a Covid-19 estão sendo realizados. Procure o hemocentro mais próximo da sua cidade e faça a sua doação.

GIRO DE NOTÍCIAS / Brasil 61 / Agência do Rádio

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