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Produção do setor têxtil aumenta 18%, com redução de 70% das emissões de CO₂, em 20 anos

por Barbacena em Tempo
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O setor têxtil do Brasil tem apresentado avanços em questões relacionadas à eficiência energética e produtividade. Entre 2000 e 2024, por exemplo, a produção de têxteis aumentou 18%, enquanto as emissões diretas de CO₂ foram reduzidas em mais de 70%. 

Os números podem ser verificados no novo painel de dados lançado pelo Observatório Nacional da Indústria, em parceria com a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT)

De acordo com informações disponibilizadas pela Confederação Nacional da Indústria, em 2002 eram produzidas 1,43 tonelada de produtos têxteis por 1 tonelada equivalente de petróleo. Já no ano passado, o mesmo consumo energético foi responsável pela produção de 2,9 toneladas de produtos.

Essa diferença corresponde a uma elevação de 103% em produtividade energética, com expressiva redução nas emissões diretas e indiretas de CO₂ – um dos principais gases que causam o efeito estufa. 

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Na avaliação do diretor-superintendente da ABIT, Fernando Pimentel, esses resultados reforçam o compromisso do setor com a sustentabilidade e a eficiência produtiva. Porém, ele pontua que é preciso expandir a participação do mercado para que os objetivos sejam alcançados em larga escala.

“Esse é um tema muito relevante para nós e vai ser um diferencial da indústria de confecção brasileira hoje, amanhã e sempre. Essa é uma agenda de sustentabilidade. Ela tem tiro de largada, mas não tem fita de chegada. Você vai depender sempre de um tripé regulatório, tecnológico e de mercado”, destaca.

“É preciso criar mercados para os produtos derivados dessa agenda, ter escala e viabilidade econômica. E é isso que nós estamos construindo junto com o nosso ecossistema, seja ele o privado, seja ele o público”, acrescenta Pimentel.

Evolução do setor têxtil em termos econômicos e sustentáveis   

Para atingir esse desempenho, o setor têxtil adotou um processo de modernização e eletrificação que começou na década de 1990. Naquela época, a abertura comercial e a valorização cambial expuseram a indústria nacional à concorrência internacional em condições desiguais. No entanto, foi criada uma possibilidade de adoção de novas tecnologias.

Nesse período, o setor ainda dependia de óleo combustível e lenha – apontados como grandes emissores de carbono, que respondiam por cerca de 50% da matriz energética da indústria têxtil. Mas, a partir de uma renovação do parque industrial e com investimento em fontes e processos mais limpos, foi possível atingir ganhos expressivos em eficiência.

O especialista em políticas e indústria da CNI, Danilo Severian, explica que essa revolução produtiva, energética e ambiental nas últimas décadas foi resultado da adoção de tecnologias mais eficientes, que permitiram aumentar a produção com um menor gasto de energia.

“Os resultados são importantes para mostrar que o setor têxtil de confecção manteve os investimentos em tecnologia e renovação do parque industrial para conseguir manter a sua competitividade, num cenário de abertura comercial e financeira que expôs a indústria nacional a um nível de concorrência desigual com as importações. Ao mesmo tempo que houve uma pressão na concorrência com produtos do exterior, houve a oportunidade de importar tecnologias, novos maquinários, assimilar novos processos produtivos e conferir competitividade para o setor”, afirma.

Mesmo com os avanços, vale destacar que o setor ainda enfrenta desafios estruturais. Entre os principais entraves estão o elevado custo da energia, a complexidade tributária e os gargalos de infraestrutura. Ainda assim, mesmo diante desses obstáculos, o setor têxtil representa, atualmente, menos de 1% das emissões totais da indústria nacional.
 

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