O Instituto “José Luiz Ferreira”, conhecido por Instituto Bom Pastor, em Barbacena (MG), Região Pastoral Mariana Sul, está celebrando os seus 70 anos de serviço. As comemorações iniciaram-se nesse domingo (16) com uma missa.
Nesta segunda-feira (17) será realizada a abertura da Exposição dos 15 anos do Projeto “De Volta Pra Casa”. Às 14h o médico e professor da UFRJ, Emerson Elias Mehry, apresenta a palestra “Reforma Psiquiátrica: uma história a contar”. Em seguida acontece uma Mesa Redonda com Emerson Mehry, a psicóloga Flávia Denise Barbosa Vasques Silva, o secretário municipal de Saúde, José Orleans da Costa, e o pároco da Paróquia Bom Pastor e presidente do Instituto, padre Luiz Cláudio Vieira.
Fundado pela Congregação do Bom Pastor, com ajuda do Senhor Sabino, em 18 de janeiro de 1948, o Instituto desenvolveu por muitos anos um trabalho social, abrigando em regime de internato, meninas a partir de cinco anos de idade. Em 21 de fevereiro de 2002, por decisão da Assembleia Extraordinária, ele passou a ser gerido pela Paróquia do Bom Pastor de Barbacena.
Atualmente o Instituto é presidido pelo padre Luiz Cláudio Vieira e Helena Maria Milagres Belo, conta com uma estrutura de 197 funcionários, que trabalham para atender as vinte nove Residências Terapêuticas. “A principal preocupação do Instituto tem sido a de proporcionar qualidade de vida digna aos moradores, visando sua cidadania plena e dando-lhes acessibilidade às oportunidades e direitos que lhes foram negadas pelo sistema de segregação vivido por eles durante décadas”, acrescenta padre Luiz Cláudio.
O presidente do Instituto ressalta, que passados 18 anos da lei “antimanicomial”, este novo modelo de atenção à saúde mental é uma forma de superar a visão “hospitalocentrico” do passado, que olhava a pessoa com transtorno mental, como alguém perigosa e incapaz por natureza, indispunha a sociedade com o “enfermo/doente” mental, como se falava. “Muito me alegra a intuição de Dom Luciano, que nos levou a abraçar esta luta defendendo as concepções associadas ao modelo de atendimento deste projeto, no qual não se carece mais a internação hospitalar prolongada”, finaliza.
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