Na volta da pausa da Copa América, o clássico mineiro colocava frente a frente um time em crise fora de campo contra outro de ambiente mais tranquilo.
Mas mesmo com os problemas fora das quatro linhas, o Cruzeiro deu show no Mineirão e venceu o Atlético por 3 a 0 nesta quinta-feira, no jogo de ida das quartas de final da Copa do Brasil.
Pedro Rocha abriu o placar com um belo gol de fora da área logo aos 13 minutos. Aos 27, Rocha fez bela jogada e deu passe para Thiago Neves só encostar para o fundo da rede.
Ainda sobrou tempo para Robinho, aos 10 do segundo tempo, fazer o terceiro gol celeste.
No fim da partida, a torcida do Cruzeiro ainda gritou “olé” a cada toque na bola do time no Mineirão.
Com este resultado, o Cruzeiro pode perder por até dois gols de diferença na próxima semana, no jogo de volta, que ainda assim avança para a semifinal da Copa do Brasil.
Primeiro tempo
Os primeiros minutos de jogo mostraram o que cada equipe teria seu estilo em campo. Pelo lado do Cruzeiro, um time trocando mais passes, com tranquilidade, valorizando a posse de bola. Pelo lado do Atlético-MG, uma equipe mais vertical. Quando a equipe de Rodrigo Santana pegava alguma bola, tinha direcionamento direto, buscava o gol adversário, tendo mais velocidade.
E na troca de passes o Cruzeiro foi chegando contra a meta do Atlético. O clube alvinegro esperava atrás da linha da bola. Por jogar com uma formação sem centroavante fixo, com Pedro Rocha na vaga de Fred, o Cruzeiro conseguia inverter posições na frente. Em uma oportunidade assim, Pedro Rocha levou a bola para a perna esquerda e soltou o forte chute de fora da área e, aos 12, marcou um belo gol.
Após o gol, o Atlético-MG passou a abrir mais espaços. Isso porque o Cruzeiro mudou o cenário, passou a marcar atrás da linha da bola e o rival, por sua vez, com o placar contrário, queria tirar a vantagem. Não adiantava, afinal, a marcação é um dos pontos fortes do time de Mano Menezes.
Não demorou até o Cruzeiro ampliar a vantagem. Em um vacilo da defesa atleticana, Pedro Rocha roubou a bola no meio campo e partiu em velocidade. Ele chegou na cara do gol, passou os pés por cima da bola e driblou o goleiro Victor. Apenas com o zagueiro Igor Rabello em sua frente, ele decidiu deixar a redonda para Thiago Neves, que só tinha a rede à frente e, aos 27, só empurrou para sair correndo para a comemoração.
O Atlético-MG mostrava no jogo uma grande previsibilidade. Do meio para frente era totalmente perceptível o que o Atlético faria em campo. Cazares sempre na esquerda, Chará sempre na direita, Luan flutuando, mas com um time fechado, Alerrandro praticamente não era acionado.
O Cruzeiro soube jogar os minutos finais. Se defendia com qualidade, conseguia sair para o ataque e não deixou os homens de frente do Atlético criarem absolutamente nada.
Segundo tempo
Na volta para o intervalo, o técnico Rodrigo Santana decidiu colocar Otero no lugar de Luan, que não fez uma boa primeira etapa. O venezuelano deu uma boa opção de chute para o time.
Mas o Atlético seguia inútil no ataque, não conseguia se virar, criar, encontrar uma boa jogada. E o Cruzeiro seguiu fazendo seu jogo. Em um ataque, aos 9, Elias tirou a bola, mas tentou sair driblando. Ariel Cabral roubou a redonda e entregou para Robinho, que chutou. Rever cortou o primeiro chute, mas a redonda voltou para o camisa 19 que pegou Victor caído e só mandou para o fundo da rede.
Após os 20 minutos de jogo só deu Atlético. A equipe alvinegra atacava por todos os lados, tentava de todas as maneiras, mas a marcação cruzeirense estava muito encaixada.