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Barbacena registra 120 tentativas de suicídio, no primeiro semestre de 2019

por Barbacena em Tempo
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A cada 1,75 dias uma ocorrência de suicídio foi registrada em Barbacena, no primeiro semestre de 2019, totalizando 120 tentativas de autoextermínio e 11 óbitos. O número preocupante foi levantado pela equipe de jornalismo da Folha de Barbacena (FB) e revela um dado alarmante para a saúde pública do Município.

Segundo dados da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) Brasil, cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio por ano no mundo, e um número ainda maior de indivíduos tenta tirar a própria vida. Ingestão de pesticidas, enforcamento e armas de fogo estão entre os métodos mais utilizados em nível global.

Trata-se de um grave problema de saúde pública, no entanto, os suicídios podem ser evitados em tempo oportuno, com base em evidências e com intervenções de baixo custo.

O suicídio é uma questão complexa e, por isso, os esforços de prevenção necessitam de coordenação e colaboração entre os múltiplos setores da sociedade, incluindo saúde, educação, trabalho, agricultura, negócios, justiça, lei, defesa, política e mídia. De acordo com Marcelo Miranda – professor, mestre em Educação e Sociedade e especialista em desenvolvimento humano, esses esforços devem ser abrangentes e integrados, pois apenas uma abordagem não pode impactar em um tema tão complexo quanto o suicídio.

“Há uma série de medidas que podem ser tomadas junto à população, para prevenir o suicídio e suas tentativas, incluindo: redução de acesso aos meios utilizados (por exemplo, pesticidas, armas de fogo e certas medicações); cobertura responsável pelos meios de comunicação; introdução de políticas para reduzir o uso nocivo do álcool e outras drogas; identificação precoce, tratamento e cuidados de pessoas com transtornos mentais ou por uso de substâncias, dores crônicas e estresse emocional agudo; formação de trabalhadores especializados em avaliação e gerenciamento de comportamentos suicidas; acompanhamento de pessoas que tentaram suicídio e prestação de apoio comunitário; além de um trabalho contínuo de autoconhecimento e de busca por propósitos e motivações para se viver”, afirmou o especialista.

Sinais de alerta

Não há uma “receita” para detectar seguramente quando uma pessoa está vivenciando uma crise suicida, nem se tem algum tipo de tendência suicida. No entanto, uma pessoa em sofrimento pode dar certos sinais, que devem chamar a atenção de seus familiares e amigos próximos, sobretudo se muitos desses sinais se manifestam ao mesmo tempo. Confira:

– O aparecimento ou agravamento de problemas de conduta ou de manifestações verbais durante pelo menos duas semanas.

Essas manifestações não devem ser interpretadas como ameaças nem como chantagens emocionais, mas sim como avisos de alerta para um risco real.

– Preocupação com sua própria morte ou falta de esperança.

As pessoas sob risco de suicídio costumam falar sobre morte e suicídio mais do que o comum, confessam se sentir sem esperanças, culpadas, com falta de autoestima e têm visão negativa de sua vida e futuro. Essas ideias podem estar expressas de forma escrita, verbal ou por meio de desenhos

– Expressão de ideias ou de intenções suicidas.

Fiquem atentos para os comentários abaixo. Pode parecer óbvio, mas muitas vezes são ignorados: “Vou desaparecer.”; “Vou deixar vocês em paz.”; “Eu queria poder dormir e nunca mais acordar.”; “É inútil tentar fazer algo para mudar, eu só quero me matar.”

– Isolamento

As pessoas com pensamentos suicidas podem se isolar, não atendendo a telefonemas, interagindo menos nas redes sociais, ficando em casa ou fechadas em seus quartos, reduzindo ou cancelando todas as atividades sociais, principalmente aquelas que costumavam e gostavam de fazer.

– Outros fatores

Exposição ao agrotóxico, perda de emprego, crises políticas e econômicas, discriminação por orientação sexual e identidade de gênero, agressões psicológicas e/ou físicas, sofrimento no trabalho, diminuição ou ausência de autocuidado, conflitos familiares, perda de um ente querido, doenças crônicas, dolorosas e/ou incapacitantes, entre outros podem ser fatores que vulnerabilizam, ainda que não possam ser considerados como determinantes para o suicídio. Sendo assim, devem ser levados em consideração se o indivíduo apresenta outros sinais de alerta para o suicídio.

Setembro Amarelo

Desde 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), organiza nacionalmente o Setembro Amarelo. O dia 10 de setembro é, oficialmente, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, mas a campanha acontece durante todo o ano.

São registrados cerca de 12 mil suicídios todos os anos no Brasil. Trata-se de uma triste realidade, que registra cada vez mais casos, principalmente entre os jovens. Cerca de 96,8% dos casos de suicídio estavam relacionados a transtornos mentais. Em primeiro lugar está a depressão, seguida do transtorno bipolar e abuso de substâncias.

Onde buscar ajuda

No Brasil, o Centro de Valorização da Vida (CVV) realiza apoio emocional e prevenção ao suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo, por telefone (basta discar 188), e-mail e chat 24 horas todos os dias.

Diante de uma pessoa sob risco de suicídio, o que se deve fazer?

– Encontre um momento apropriado e um lugar calmo para falar sobre suicídio com essa pessoa. Deixe-a saber, que você está lá para ouvir, ouça-a com a mente aberta e ofereça seu apoio.

– Incentive a pessoa a procurar ajuda de profissionais de serviços de saúde, de saúde mental, de emergência ou apoio em algum serviço público. Ofereça-se para acompanhá-la a um atendimento.

– Se você acha que essa pessoa está em perigo imediato, não a deixe sozinha. Procure ajuda de profissionais de serviços de saúde, de emergência e entre em contato com alguém de confiança, indicado pela própria pessoa.

– Se a pessoa com quem você está preocupado vive com você, assegure-se de que ela não tenha acesso a meios para provocar a própria morte (por exemplo, pesticidas, armas de fogo ou medicamentos) em casa.

– Fique em contato para acompanhar como a pessoa está passando e o que está fazendo.

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