A “doença misteriosa” que assustou os mineiros, e principalmente a população de Belo Horizonte, no início de 2020, parece ter sido desvendada.
Na noite de ontem (09/01), a Polícia Civil (PC) e a Vigilância Sanitária informaram que, após perícias realizadas em amostras de cerveja da empresa Backer, foram encontrados vestígios de dietilenoglicol, também conhecido como éter de glicol. A substância tóxica é utilizada no processo de refrigeração da indústria de cerveja e, segundo apurou a Folha de Barbacena (FB), a ingestão do produto pode causar depressão nervosa, lesões nos rins e fígado, anuria (diminuição e a ausência da produção de urina), irritação no trato gastrointestinal, além de náuseas, vômitos e diarreia, os mesmos sintomas apresentados pelas vítimas e informados à Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG).
Ontem (09/01), a própria SES-MG havia emitido um alerta de epidemiológico, após a morte de um dos pacientes e o surgimento de dois novos casos em Belo Horizonte, com a intenção de prevenção, caso a doença fosse causada por algum agente contagioso, como vírus ou bactérias. No entanto, com os dados dos laudos da PC e a ligação dos pacientes com o consumo das cervejas de rótulo Belohorizontina, os oito casos estão sendo tratados como intoxicação por éter de glicol. Ainda de acordo com a PC, o dietilenoglicol foi encontrado em dois lotes da Belohorizontina, os L11348 e L21348. De acordo com a assessoria da Backer, cada lote tem 33 mil garrafas, no entanto, não há confirmação de quantas unidades desses lotes estão contaminadas
A cervejaria Backer foi fundada em 1999, e está localizada na região do Buritis, na Capital mineira, bairro que serviu de elo entre os pacientes. Em nota enviada à imprensa, a cervejaria disse que a “substância não faz parte do processo de produção da cerveja Belorizontina”. A cervejaria informou também, que os lotes em questão serão retirados imediatamente de circulação, caso ainda haja algum remanescente no mercado.
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