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Objetivo do sistema Sagra Agroindústria é coletar informações para subsidiar a implantação de políticas públicas para o setor
Governo de Minas Gerais mapeia agroindústrias familiares do estado, pelo sistema eletrônico Safra Agroindústria. O objetivo é coletar informações para subsidiar a implantação de políticas públicas para o setor. O sistema é desenvolvido pela Emater-MG, que atualiza semestralmente os dados referentes aos municípios conveniados.
O mapeamento apresenta o número total de agroindústrias familiares – individuais e coletivas -, agroindústrias não familiares e o total de agroindústrias familiares legalizadas sanitariamente. Pelo sistema também é possível estimar a produção existente dos municípios mineiros. A engenheira de Alimentos da Emater, Laura de Castro, comenta os resultados do mapeamento.
“Os dados demonstram o potencial que as agroindústrias familiares têm para gerar renda e ocupação dos municípios mineiros, além de valorizar e preservar a cultura e a tradição das regiões”. Segundo a engenheira de Alimentos, Laura de Castro, o sistema gera informação qualificada, com a intenção de subsidiar os órgãos de governo na formulação e implementação de políticas públicas, além de ser de interesse de universidades, instituições de pesquisa e entidades classistas.
O sistema Safra Agroindústria é composto por 12 categorias: carnes, frutas, cana-de-açúcar, mandioca, milho, mel, quitanda, hortaliças e condimentos, leite, queijos artesanais, café e ovos. Até agora, o mapeamento já registrou 742 municípios mineiros e um total de 36,6 mil agroindústrias, sendo 33,9 mil estabelecimentos familiares, dos quais 33,3 mil são individuais e 686 são coletivos; 2,3 mil indústrias não familiares e 289 agroindústrias que prestam serviço para agricultores familiares.
De acordo com a Emater-MG, a atividade agroindustrial de pequeno porte está em expansão no meio rural, sendo importante alternativa de renda para agricultores familiares.
Agroindústria
Agroindústria é um elo da cadeia produtiva responsável pelo beneficiamento e processamento de matérias primas, provenientes da agricultura, pecuária, extrativo vegetal, aquacultura e silvicultura, visando a comercialização dos produtos. O termo também designa o espaço físico e o conjunto de equipamentos e instalações, utilizados nessas transformações. São exemplos de agroindústrias as queijarias, casas de mel, de farinha, de polpa de fruta, quitandas, entre outras instalações.
Assim como em Minas Gerais, a maioria das agroindústrias do País tem como base a agricultura familiar. A principal diferença em relação às grandes indústrias é a escala de produção. O professor do Instituto de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Fausto Makishi, aponta a melhor maneira das agroindústrias familiares competirem com os grandes empreendimentos processadores.
“Parte da saída pode estar nos segmentos onde essa escala não é um fator determinante. São os comércios locais, os nichos de grande sofisticação, que buscam produtos diferenciados, com alto valor agregado. Mas a principal solução é a organização associativa”, afirma.
Segundo o professor a Agroindústria está em expansão no Brasil, especialmente os empreendimentos ligados a organizações de base familiar e comunitária. “Evidentemente, existe um número grande de unidades que não conseguem se manter e acompanhar o ritmo imposto pelo mercado. Ainda assim, a demanda por produtos, principalmente alimentos, e a necessidade de agregação de valor, vêm impulsionado o setor”, explica.
Produtos Agroindustriais
De acordo com o mapeamento Safra Agroindústria, uma grande parcela das agroindústrias familiares, cerca de 11,4 mil, trabalha na cadeia produtiva de leite; dentre elas, 7,3 mil são voltadas para a produção de queijos artesanais. Outro destaque é a produção de mandioca, com 5,2 mil agroindústrias familiares individuais e 293 coletivas. Em terceiro lugar está a cadeia produtiva de cana-de-açúcar, com 4,1 mil agroindústrias familiares individuais e 76 coletivas. Já a produção total das agroindústrias familiares de Minas Gerais gira em torno de 200 toneladas por ano.
O proprietário da fábrica Queijos Carolina, no município de Esmeralda-MG, Luiz Márcio Xavier Júnior, já está cadastrado como agricultor familiar há 15 anos. Para isso, ele precisou fazer adequação de instalações e melhorias de seus produtos. Ele cita os benefícios de estar cadastrado.
“Os benefícios são a ampliação das vendas e a diversificação dos produtos; novas linhas de crédito do governo e a criação do posto de vendas da agricultura familiar do município”, afirma.
O cadastro como agricultor familiar em Minas Gerais é feito no Instituto Mineiro de Agropecuária.
De acordo com o professor da UFMG, Fausto Makishi, o mapeamento da Safra Agroindústria representa um avanço importante na agenda de desenvolvimento para o setor. “Só assim a gente consegue pensar em políticas públicas mais efetivas, capazes de gerar impactos junto à sociedade e a esses grupos, alavancando esses negócios e gerando trabalho e renda; agregando valor a produção nacional”. Ele afirma que é importante fazer um monitoramento continuado da produção, para saber se o setor está na direção certa. Segundo ele, essa inteligência de mercado é fator competitivo determinante para a Agroindústria e para a economia do País.
GIRO DE NOTÍCIAS / Brasil 61 / Agência do Rádio